Hassan Al-Thawadi, secretário-geral do Comitê Supremo de Entrega e Legado do Catar, afirmou, em entrevista ao jornalista britânico Piers Morgan, que "entre 400 e 500" trabalhadores migrantes morreram durante as construções da Copa do Mundo de 2022.
"A estimativa é de cerca de 400, entre 400 e 500. Não tenho o número exato. Isso é algo que tem sido discutido”, disse Al-Thawadi.
O que choca no número é a diferença comparada com o divulgado anteriormente. Até a semana inaugural do torneio, a Fifa e o Comitê Organizador relatou que 40 operários perderam a vida durante toda organização do torneio, sendo três deles diretamente nas obras dos estádios.
A declaração do secretário-geral também contradiz uma fala dele mesmo em julho deste ano. Em uma reunião sobre a Copa do Mundo realizada na Holanda, ele disse o mesmo número da Fifa e que as histórias sobre as más condições de trabalho era "uma armação”.
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Anteriormente, uma apuração do The Guardian revelou que mais de 6.500 trabalhadores morreram nas obras da Copa do Mundo em 2021. A Anistia Internacional também denunciou as condições de tralho e sempre afirmou que "centenas, talvez até mais" pessoas perderam a vida.
Ainda durante a entrevista, Al-Thawadi concordou que os padrões de trabalho no Catar não eram bons o suficiente, mas afirmou que a situação atual é reconhecida pelos órgãos internacionais de direitos humanos.
"Nós mesmos percebemos isso, antes mesmo de tentarmos ganhar a Copa do Mundo. Essa percepção decorre de nossos próprios valores. Melhorias foram feitas em termos de saúde e segurança, acomodações e eliminação do sistema kafala", afirmou.
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