A campanha de Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura de São Paulo ganhou um novo impulso com a entrada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), numa tentativa de fortalecer a candidatura entre os eleitores mais pobres e evangélicos.
Lula, que iniciou sua participação em comícios nas zonas sul e leste da capital, busca aumentar a intenção de voto em Boulos e reduzir sua rejeição nos segmentos em que o candidato enfrenta dificuldades.
A mais recente pesquisa Datafolha mostra Boulos empatado na liderança com Pablo Marçal (PRTB) e o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), todos com percentuais próximos, considerando a margem de erro de três pontos. No entanto, Boulos enfrenta resistência entre eleitores com renda de até dois salários mínimos, menos escolarizados, pardos e evangélicos — grupos cruciais para uma vitória eleitoral.
Apesar do apoio do presidente, que é reconhecido por 58% dos eleitores, esse endosso não se traduz automaticamente em votos para Boulos. Entre os mais pobres, que representam 36% do eleitorado, apenas 27% afirmam que votariam com certeza em um candidato apoiado pelo presidente, enquanto 44% rejeitariam essa opção. A situação é ainda mais complicada entre os evangélicos, onde 62% afirmam que não votariam em um candidato associado a Lula.
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Boulos, que também enfrenta rejeição significativa nesse público, é o quarto colocado entre os evangélicos, com 12% das intenções de voto. Sua rejeição geral é de 37%, mas entre os evangélicos chega a 44%.
Dentro da estratégia da campanha, a presença de Lula visa a mobilizar eleitores de esquerda que ainda não estão atentos à disputa, além de atrair segmentos onde Boulos tem potencial de crescimento. A vice na chapa, Marta Suplicy (PT), também é destacada como figura-chave para lembrar os eleitores dos feitos de sua gestão como prefeita (2001-2004).
Nos bastidores, a campanha reconhece que não será possível conquistar todos os eleitores de baixa renda e menos escolarizados, mas aposta em um crescimento suficiente para garantir a passagem de Boulos ao segundo turno. O candidato, por sua vez, demonstrou confiança no “Roda Viva” desta semana, afirmando que seu “maior potencial” está justamente entre os eleitores mais pobres.
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