Na última segunda-feira (24), Gilberto Gil esteve no centro do Roda Viva. Esta foi a quinta vez que o cantor e compositor foi ao programa. Em sua primeira participação, em 1987, Gil falou, dentre outros temas, da questão dos homossexuais no Brasil e foi questionado sobre sua sexualidade.
Ao ser perguntado pelo jornalista Marcelo Rezende sobre o tratamento dado aos homossexuais no país, Gil disse na ocasião que o grupo ainda era perseguido por sua orientação sexual.
“Acho que eles ainda são muito discriminados, perseguidos (...) Eles fazem o que gostam, na medida do que são permitidos. Felizmente, a questão da cama ainda não foi censurada, as pessoas ainda vão para cama com quem querem ir, ainda fazem amor com quem querem fazer. Eu espero que continue assim. Agora, tem realmente uma área no Brasil que é muito intolerante ainda com eles”, declarou.
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Assista ao trecho:
A feminilidade de Gil
Durante a entrevista, o artista também foi perguntado sobre seus "trejeitos" no palco, que seriam vistos pela sociedade da época como “afeminados”.
“Eu não me acho nada afeminado, no sentido, por exemplo, de que eu tente mimetizar um personagem feminino (...) Eu acho que tem em mim um equilíbrio muito natural e visível entre o homem e a mulher, dos quais eu sou filho. (...) Eu não posso negar que minha mãe seja uma mulher. Como é que eu vou negar isso? Minha mãe não é homem”, disse. A última parte da resposta arrancou risos da bancada.
“Você é homossexual?”
Após a resposta sobre os supostos trejeitos femininos do cantor, o apresentador do Roda Viva à época, Rodolpho Gamberini, leu uma pergunta da telespectadora Maria Cândida de Assis, do interior de São Paulo.
A telespectadora perguntou se Gil seria gay e condicionou o artista a responder a questão com “sim” ou “não”. O cantor e compositor negou que seria homossexual.
Assista ao último Roda Viva com Gilberto Gil:
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