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Reprodução/Instagram/@eliiwasa
Reprodução/Instagram/@eliiwasa

A luta para colocar mulheres nos lineups de festas e festivais de música é constante. Toda vez que um anúncio é feito nas redes sociais, é comum ver esse tipo de cobrança do público. É possível dizer que, em algumas cenas, essas reivindicações estão dando resultado.

No último final de semana, aconteceu o Brunch Electronik em São Paulo. Renomada festa europeia fez a sua estreia no Brasil no Parque Villa-Lobos, zona oeste da capital paulista. Dos sete artistas escalados, três eram mulheres. A norte-americana HoneyLuv e as brasileiras Eli Iwasa e Due, projeto musical de Patricia Vasconcelos.

A organização da festa aproveitou que as brasileiras são amigas e possuem um entrosamento musical alto e colocaram as duas para tocarem juntas. Oficialmente, esse foi o quarto B2B (termo no mundo da música eletrônica para apresentação em conjunto) e o resultado foi excelente. A pista vibrou do começo ao fim do set.

“A sensação de tocar juntas é tão boa que a gente nem se prepara muito. Sempre deu muito certo, independente da festa. Tem pessoas que possuem uma química natural. A coisa flui muito facilmente. É uma coisa muito louca”, revelou Iwasa.



Após a apresentação, as duas conversaram com o site da TV Cultura de maneira exclusiva e comemoraram o resultado do evento.

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“Estava de dia, tinha um monte de criança. A Due é mais do house e eu sou mais do techno. A gente, geralmente, vai se seguindo. Hoje, eu fui seguindo ela. E deu supercerto. E é muito bom, porque posso tocar novos sons”, contou Iwasa sobre o show.

Além do resultado musical, as duas exaltaram a representatividade do evento. Due é uma mulher negra, enquanto Eli é asiática. Essa é uma mistura que não acontecia em grandes eventos de música eletrônica e está ficando cada dia mais comum.

“É muito importante ter duas mulheres tocando juntas no evento. Uma asiática e uma negra. A gente está falando de ocupar um espaço num evento internacional”, disse Iwasa.

“Independente do nosso gênero, da imagem, estamos aqui para mostrar um trabalho, que é muito bem feito. A gente se dedica, pega o nosso melhor e vai para pista”, completou Due.

As duas fizeram questão de ressaltar a inspiração que as duas passam ao assumir a pista de um evento internacional. Elas acreditam que haverão mais mulheres Djs no futuro.



“Uma das coisas mais gratificantes do meu trabalho, sendo mulher e sendo asiática, é poder ver outras meninas falando que começaram a tocar por minha causa”, disse a artista.

Apesar do cenário ter melhorado, com mulheres ocupando espaços importantes, elas ressaltam que precisa melhorar. “Não é uma coisa equilibrada. Ainda tem muita pessoa que está atrás nessa fila”, completou Due.

A apresentação das duas juntas já mostra quanto o cenário evoluiu. O show marcou a união de duas gerações diferentes da música eletrônica brasileira. Eli já está na estrada há mais de 20 anos, enquanto Due já é um projeto mais recente.

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O desejo é que o mundo da música eletrônica possa encontrar o equilibro perfeito, os cachês possam ser iguais e que todos possam se encontrar na pista.

“A energia feminina é completamente diferente, sabe? Acho que, cada vez mais, a gente tem mesmo que ocupar esses espaço. Mas sempre com conhecimento e com respeito”, finalizou Due.