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Você sabia que uma das artistas mais ouvidas na música eletrônica atualmente é brasileira? Curol alcançou a primeira posição no Beatport, maior plataforma de venda de singles de DJs do mundo, com a produção “Nocturne”, pela gravadora All Day I Dream. Inclusive, ela se tornou a primeira mulher brasileira a lançar na label de Lee Burridge.

Mas quem é DJ Curol? O projeto de Carolina Ribeiro é um dos destaques na cena Afro House, que mistura música eletrônica com elementos da cultura africana. O sucesso de suas produções a levaram para Tulum, no México, para se apresentar ao lado de Keinemusik, grupo alemão que é referência nesse nicho. Além disso, apareceu na lista chamada “Futuro da Dança”, feita pela 1001Tracklists.

Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, ela conta como foi receber o convite e como tem sido esse momento de ascensão na carreira.

“Quando recebi o convite, que meu agente me ligou para falar, eu fiquei em êxtase. É algo muito grande caindo no meu colo. Ir para lá e ter toda essa experiência, conhecer eles [Keinemusik], que são ótimas pessoas por sinal. Naquele momento, me vi numa situação do tipo ‘opa, acho que eu cheguei num lugar importante aqui’”, afirma.

“Também pensei que, agora, a cada passo que eu der, é uma responsabilidade maior que anteriormente. Então, eu ainda estou extasiada, porque o que eu vivi lá foi coisa muito significativa, trouxe muita coisa de lá que vai render outros frutos”, completa.

As festas em Tulum no mês de janeiro são datas extremamente importantes dentro do universo da música eletrônica. O local reúne grandes gravadoras e os DJs mais influentes do planeta. Além de Curol, outros brasileiros passaram por lá, como Alok, Vintage Culture e Dubdogz.

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E esse só foi o primeiro capítulo de um 2024 que promete. A expectativa são de mais 10 shows internacionais, além de colaborações com grandes artistas.

Sucesso chegou fora do Brasil primeiro

Muitas pessoas só estão conhecendo o trabalho de Curol agora, mas seu nome já é falado fora do país, principalmente na Europa, há alguns anos. Em 2021, por exemplo, foi convidada para produzir um set na britânica BBC Radio 1, uma das emissoras de maior credibilidade do mundo. Ela não consegue ter uma resposta direta para explicar o porquê isso aconteceu, mas acredita que a sonoridade pode ter influenciado.


“Percebo que a minha arte é ainda mais valorizada fora do Brasil. As pessoas me admiram de uma forma diferente, não é que eu sou ‘a’, ‘b’ ou ‘c’ , é pela minha música. Eu acredito que a BBC tenha chegado em mim, não pelo meu perfil do Instagram, mas pelo meu som. Lembro que mandei uns sets para rádios de Londres e acredito que foi através disso que eles me chamaram. As pessoas nos Estados Unidos, em Londres, em Lisboa, em Paris e em outros países sempre falam da minha música. Não vejo os brasileiros falando assim. Na verdade, eu sinto que a gente tem que se provar o tempo inteiro aqui”, explica.

Na visão dela, os contatos e as colaborações de outros artistas acabam chamando mais atenção dos brasileiros.

Como começou a tocar Afro House

A relação da DJ com a música eletrônica começou na infância. Quando mais nova, acompanhava os tios em raves que tocavam Psy Trance. É muito comum famílias completas estarem nesse tipo de evento, que tem um estilo e conceito muito diferente das baladas das grandes metrópoles.


Ao entrar na adolescência, passou a consumir House Music e iniciou pesquisas para conhecer os ‘Afrobeats’. Na conversa, ela lembra que esse estilo já faz parte do DNA da música brasileira e estudou para incorporar esses elementos na música eletrônica.

“O Afro está na nossa música brasileira, está no nosso Axé e no nosso Samba. Pesquisando, descobri vários Afrobeats. A minha curiosidade era fazer o Afro House com estilo brasileiro. Era preciso saber como colocar os elementos orgânicos de corda e percussão na música eletrônica”, explica.

Sua maior inspiração na cena, no momento, é Pablo Fierro, uma das referências no Afro House. Nacionalmente, um dos seus espelhos é ANNA, que também fez muito sucesso fora do Brasil e é uma das referências na cena Techno.

Espaço das mulheres na música eletrônica

Nos últimos anos, as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço na cena da música eletrônica. Apesar de muitas artistas talentosas, os line-ups dos festivais ainda possuem uma predominância masculina. Curol celebra esse momento e acredita que, quanto mais mulheres aparecerem tocando, novas gerações vão surgir.

“A gente pode ver que o movimento feminino se fortalece à medida que mais mulheres conquistam posições de destaque. Essa representatividade atua como um espelho, inspirando e abrindo caminhos para outras. Para mim, é essencial que minha arte transcenda barreiras e seja reconhecida não apenas como a expressão de uma mulher preta, mas como a manifestação de uma artista que se comunica musicalmente e estabelece uma conexão profunda com o público, despertando admiração”, diz.


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Melhor ano da carreira

O ano nem começou, mas o planejamento mostra que será especial para Curol. Shows internacionais, lançamentos em grandes gravadoras e aumento da base de fãs são alguns sinais que mostram a amplitude das produções da artista brasileira.


“Primeiros meses do ano e já foi o ápice da minha carreira. Já toquei com o Keinemusik, já lancei na All Day I Dream, sendo a primeiro mulher brasileira a conseguir isso e emplaquei meu primeiro Top #1 no chart de Organic House no Beatport com este lançamento. Tem outros convites vindo. A cada conquista que eu tenho, é uma oportunidade para vir outras novas conquistas. Uma coisa puxa a outra e estou muito empolgada com tudo que ainda vai acontecer”, finaliza.