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Marcelo Tas para presidente? Apresentador imagina como estará no futuro e dá dicas para “hackear” a sua carreira

Comunicador lança livro que mescla o mercado de trabalho e a infância no interior de São Paulo


17/05/2024 18h00

Recém-lançado no Brasil, “Hackeando sua Carreira: Como Ser Relevante num Mundo em Constante Transformação” já está disponível nas livrarias físicas e digitais de todo o país. O autor? Marcelo Tristão Athayde de Souza, nacionalmente conhecido como Marcelo Tas, acrônimo de seus sobrenomes.

Nesta sexta-feira (17), data que celebra o Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação, o apresentador do programa “Provoca”, da TV Cultura, fala sobre o seu novo livro, composto por desafios e “tombos” de seus mais de 40 anos de carreira.

“Eu evitei esse negócio de dar conselhos, mas eu procurei trazer fatos e o que eu aprendi com eles. Então eu conto a minha experiência, e eu deixo em aberto para que cada um olhe para a sua carreira e fale: bem, e comigo?”, explica o comunicador.

Em entrevista ao site da TV Cultura, Tas chama atenção para o termo “hackear” no título do livro. Segundo ele, essa é uma das palavras-chave para quem quer se dar bem no mercado de trabalho no mundo contemporâneo.

“O hacker é um cara que descobre novos caminhos dentro dos processos já conhecidos. Então para você ser relevante hoje você tem que usar a sua criatividade para descobrir estes caminhos, você tem que sair do automático”, orienta.

Não trabalhe como um robô

Diante da inserção de algoritmos, mecanismos e tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) no ambiente de trabalho, é comum surgirem dúvidas sobre a manutenção de determinadas atividades profissionais.

“O maior desafio é encarar o medo, e conviver. Medo é uma coisa que todo mundo tem, especialmente na carreira. Será que isso que eu sei é suficiente? Serei substituído por uma IA? [...] Se você não quer ser substituído por um robô, não trabalhe como um robô.”

Marcelo Tas é coach?

Diferentemente de um livro tradicional, a obra não possui a denominação “capítulos”, mas sim “gomos”. O material é segmentado em introdução, 11 gomos e final. A divisão é parte do “mexerica thinking”, expressão criada por Tas para definir a técnica de “fatiar os problemas” e dar a possibilidade da leitura sem ordem específica.

Ainda que o autor utilize termos que se assemelhem aos usados na prática do coaching, ele não se vê necessariamente como um.

“Eu não tenho essa habilidade de coach. Essa palavra perdeu até um pouco do significado original dela, porque teve muita gente que esculhambou essa profissão, virou meme, 'trolado' de um jeito bem pesado. Mas o coach, se a gente traduz para ‘treinador’ é uma coisa muito relevante, inclusive nos lugares mais óbvios, como o futebol”, afirma.

Ao citar Abel Ferreira, atual técnico do Palmeiras, ele destaca atividades importantes de um ‘treinador’, como ter base técnica e prática, dar atenção ao relacionamento humano, conhecer o viés dos colaboradores e saber ouvir. Desse modo, o time passa a ser capaz de “encantar as plateias”.

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Tas para presidente em 2038?

Foto: Reprodução/Facebook @Marcelo Tas - Publicação feita em 2010

Em entrevista em 2010 no “Provocações”, Antônio Abujamra, renomado ator, apresentador e diretor brasileiro, questiona como resolver o problema da educação e da cultura no Brasil. Como solução, Tas então propõe se tornar candidato a presidente da República: “é uma ameaça a minha candidatura. Se eles não resolverem até lá, eu serei candidato”.

Se a então promessa se concretizasse, o comunicador chegaria ao cargo aos 79 anos. Entretanto, embora tenha dito em tom de piada, hoje Tas enfatiza que não se vê ocupando tais funções.

“Tem como apagar isso do Google? É óbvio que isso foi uma provocação pro Abu, que foi um grande mestre para mim. [...] Eu sou muito pressionado por alguns insistentes amigos que eu tenho que entrar para política e a política partidária é o único lugar que eu tenho certeza que não é para mim”, afirma o comunicador.

“De tanto me encherem teve um dia que eu fiz essa promessa, há muito tempo, eu estava no CQC, foi uma piada que todo mundo riu, chegaram a fazer santinho inclusive, ‘Tas para presidente em 2038’. O problema é que agora tem gente falando assim ‘ó, está chegando’. Mas definitivamente não é o caso”, acrescenta o entrevistado em meio a gargalhadas.

Um velhinho serelepe

Aos 64 anos, ator, roteirista, educador, diretor, "extraterrestre" e dono de uma das carecas mais inconfundíveis da televisão brasileira, Tas já navegou pelas mais variadas linguagens. Entre os seus trabalhos mais marcantes estão os personagens Ernesto Varela e Professor Tibúrcio, bem a participação nos programas “Castelo Rá-Tim-Bum”, “Vídeo Show”, “CQC”, “Telecurso” e a realização de games interativos para o Museu da Língua Portuguesa e o Museu do Amanhã.

Sobre o futuro, o comunicador se vê como um “velhinho muito serelepe” aos poucos atingindo uma maturidade em que pode escolher fazer aquilo que considera mais relevante.

“Atualmente estou muito feliz de descobrir a dosagem entre a energia que eu tenho e o que eu quero construir, eu já me quebrei muito, no livro tem algumas dessas fraturas.”

Para a criança que existe em você

Além da imagem pública, o lado autobiográfico que pouca gente conhece é pilar central do livro. Mas afinal, quem é Marcelo Tas? Abaixo a resposta que o próprio deu ao portal da TV Cultura.

“Eu ainda não sei, só que não saber é muito positivo, agora eu sei disso. Eu estou em processo contínuo de descobrir e creio que todos nós, a gente vive eternamente esse mistério ‘o que é a vida?’. Não precisa saber tudo, o que precisa é ter mira, isso é muito relevante. E a minha mira tem muito a ver com o coração, com o que eu sinto, com o que eu percebo das pessoas ao redor”, responde o provocador na posição de provocado.

Para Marcelo, o processo de escrita, além da intenção de chegar aos leitores que necessitam reinventar e atualizar a carreira profissional, foi um mergulho na sua própria história. O homem resgata literalmente o seu menino interior, nascido em 1959 em Ituverava, interior de São Paulo.

Com menos de 10 anos, a sensação diante do radinho de pilha já anunciava algo maior em meio às telecomunicações: o “big bang” do autor entrevistado.

“Eu acabei de entrevistar o Ivan Lins, que falou uma coisa parecida, que o que fica para ele dessa arte incrível dele, que leva a música brasileira para todos os cantos do mundo, é o que ele conseguiu guardar do menino que ele foi. Não é a toa que esse livro abre com essa dica, esse livro é para criança que está aí dentro de você, independentemente da sua idade e da sua experiência”, finaliza.

Assista à edição do "Provoca" com Ivan Lins, exibida no dia 20 de abril:

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