A cidade de São Paulo recebe, a partir de 1º de agosto, o espetáculo "Elvis: a Musical Revolution", uma adaptação brasileira sobre a história de Elvis Presley, um ícone do rock internacional. Com 25 mil ingressos já vendidos, a peça fica em cartaz no Teatro Santander até dezembro deste ano.
Nesta semana, o portal da TV Cultura acompanhou a coletiva de imprensa do musical, que tem versão e direção do ator e dramaturgo Miguel Falabella.
"Na peça original, a história acaba com ele no grande show de de 1968, eu quis trazer Vegas. Eu queria mostrar um pesadelo em Vegas. Queria mostrar esse ídolo em uma gaiola dourada, que nem mesmo fez uma turnê mundial", explica Miguel, que assina a adaptação.
Cena do espetáculo - Foto: Silvio Júnior
Depois de viajar pela Austrália e Estados Unidos, a produção biográfica chega ao Brasil sendo protagonizada por Leandro Lima. Conhecido pelas suas participações em novelas como “Pantanal” (2022) e “Terra e Paixão” (2023), este será o primeiro musical da carreira do artista paraibano.
“É uma loucura estar fazendo o Elvis, mas eu tenho um monte de gente talentosa do lado, então tudo isso ajuda. É um personagem que não se constrói sozinho, existe uma bibliografia imensa. [...] É uma honra, uma responsabilidade e um prazer muito grande", conta Leandro, que viverá o rei do rock, intercalando com o ator e cantor Daniel Haidar.
Este é o primeiro espetáculo do gênero que traz para o palco as músicas e histórias originais de Presley, apresentado por um contrato especial com a Broadway Licensing, LLC.
Outro destaque é o da cenografia, que ultrapassa 15 toneladas de material. Ao todo, são mais de 200 degraus, somando os acessos de coxia e palco, o que seria o equivalente a subir ao topo de um prédio de 13 andares.
Além disso, mais de 600 metros de LED programável também incorporam os efeitos cênicos. O trabalho de mais de 70 pessoas envolvidas na cenografia ainda utilizou mais de 2 mil metros de tecido e quase 100 discos dourados.
Cena do espetáculo - Foto: Silvio Júnior
Quando questionado sobre diferenciais em relação a outras montagens sobre a vida de Elvis, como a estrelada por Beto Sargentelli e Stepan Nercessian no primeiro semestre deste ano, Falabella chama a atenção para a importância da pluralidade do teatro.
“Eu não vi. [...] São versões. Quantos “Ricardos Terceiros” têm no mundo, quantos “Hamlets” têm no mundo, quantos “Elvis” têm no mundo. É o meu Elvis, é a minha leitura e certamente é diferente da americana e da australiana", enfatiza o diretor.
“A expectativa é a melhor possível, de braços abertos para as críticas, não vim aqui para imitar o Elvis, porque imitador só no Japão tem ‘sete mil’", acrescenta Leandro em conversa com jornalistas.
Um pouco da história
Leandro Lima, Luiz Fernando Guimarães, Miguel Falabella e Daniel Haidar, da esquerda para direita, durante a coletiva de imprensa - Foto: Silvio Júnior
A narrativa se entrelaça com as perspectivas de figuras cruciais da trajetória do astro, como os pais Vernon e Gladys, o empresário Coronel Parker, e aqueles que o amaram e o inspiraram, como Ann-Margret e Priscilla Presley.
O papel do coronel será do veterano Luiz Fernando Guimarães, de 72 anos.
“A gente vai aprendendo na vida, né? A gente fica imaginando que a gente sabe tudo e quando se depara com essa garotada talentosa você fala ‘caramba’. E eu tô animado porque assim, uma nova vida está para começar a partir de hoje, com esse Teatro Santander lotado, esperamos todos”, afirma Guimarães.
Em relação à trilha sonora, o público também irá conferir interpretações de sucessos como “Jailhouse Rock”, “Hound Dog”, “Heartbreak Hotel”, “Love Me Tender” e “Suspicious Minds”.
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Elvis Aaron Presley nasceu em janeiro de 1935, em Tupelo, no Mississippi, mas foi sua juventude, em um bairro de pessoas negras na cidade de Memphis, que o influenciou. Responsável por popularizar o rock, o astro recebeu 14 indicações aos prêmios Grammy.
O músico faleceu aos 42 anos no dia 16 de agosto de 1977, em decorrência de uma parada cardíaca. Em 2024, ele estaria fazendo 89 anos.
Algumas coisas estão destinadas a acontecer
Pouco tempo após a passagem de cena com a interpretação da canção "Can’t Help Falling in Love", Miguel se emociona ao comentar a presença deixada por figuras que já se foram.
“Cada um de nós, nós não só citamos o Elvis, nós citamos todos aqueles que nos inspiraram. E essa é a grande beleza do teatro, nós passamos a tocha para uma nova geração que vai passar para outra. E eu acho que está todo mundo aqui ó, a gente não vai embora, a gente fica sentado olhando nas varas de luz", aponta o dramaturgo comovido mirando a parte de cima do palco.
Entre os jovens que vêm ganhando espaço, está Gustavo Waz, ator de 24 anos que irá alternar o personagem de Elvis mais novo com Robson Lima.
"O cenário conta com muitas escadas suspensas e passagens complexas. Sinto que como ator, preciso estar sempre muito atento e presente na história para conseguir unir a técnica e garantir a segurança e a qualidade dos números musicais que são difíceis, sem deixar de lado a emoção", explica Waz ao site da TV Cultura.
O responsável pela direção musical é Jorge de Godoy, enquanto a direção coreográfica fica por conta de Bárbara Guerra.
Aos interessados, os ingressos para as apresentações já estão à venda pela plataforma Sympla. Todas as sessões possuem audiodescrição e Libras.
Serviço
Data: de 1º de agosto a 1º de dezembro
Local: Teatro Santander - Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041, Itaim Bibi (SP)
Datas: quintas, 20h; sextas, 20h; sábados, 16h e 20h; domingos, 16h e 20h
Valores: de R$39 (balcão B) a R$380 (plateia VIP)
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