Rogério Caboclo cobra STJD julgamento de pedido para voltar ao comando da CBF
Defesa do dirigente anexa decisão da Comissão de Ética com punição por “conduta imprópria” e não por assédio sexual
25/08/2021 17h25
A defesa de Rogério Caboclo, presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entrou com um pedido junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para que o órgão decida sobre a volta imediata dele ao posto. Esse já é o segundo pedido feito pelo dirigente.
A alegação é que a Comissão de Ética da CBF recomendou o afastamento por 15 meses do dirigente (três deles já cumpridos) por "conduta inapropriada" e não por assédio sexual e moral, conforme denunciado por sua secretária.
A defesa acredita que o pedido ao STJD tem caráter liminar, ou seja, de urgência, e está sem decisão há 32 dias, o que contraria determinação do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Dessa maneira, argumentação é que não há previsão legal para a decisão que afastou Caboclo por 60 dias (em julho), quando as investigações ainda estavam em curso.
Vale lembrar que o afastamento por 15 meses ainda precisa ser confirmado pelas 27 federações estaduais que compõe a Assembleia Geral da CBF. Pelo estatuto da CBF, a Assembleia deve ser marcada após oito dias da publicação do relatório da Comissão e embora o resultado já seja conhecido, ele ainda não foi publicado oficialmente. A Assembleia não pode atribuir pena maior da que já foi recomendada, apenas referendar o relatório ou anular a decisão.
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A decisão da Comissão revoltou a maioria dos presidentes, pois acreditavam que Caboclo seria banido de suas atividades em tempo maior que seu mandato.
Denúncias contra Caboclo
O cartola da CBF recebeu três denúncias de assédio nesses últimos dois meses. A primeira acusação, em junho deste ano, gerou o afastamento de Caboclo da presidência da CBF. Uma funcionaria teria relatado que foi constrangida e até xingada de “cadela” em viagens e reuniões. Em um destes episódios, teria forçado ela a comer um biscoito de cachorro.
A outra denúncia foi de assédio moral de Fernando França, o diretor de Tecnologia da Informação da entidade. Ele diz que Caboclo praticou "condutas ilícitas e repugnantes”.
A terceira aconteceu na semana passada, quando uma outra funcionária disse que ele tentou por a mão entre as pernas dela.
Comando da CBF
O Conselho de Administração da CBF escolheu Ednaldo Rodrigues para substituir Antônio Carlos Nunes do comando interino da entidade na manhã desta quarta (25). A reunião teve oito integrantes do conselho, formado apenas pelos vices. A escolha foi aprovada pelas federações estaduais.
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