O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ/DF) aceitou a ação civil pública movida por instituição contra o ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet por falas racistas e homofóbicas contra o heptacampeão mundial Lewis Hamilton. Assim, o brasileiro tem 15 dias para se manifestar em sua defesa.
As ações foram protocoladas por entidades de defesa aos direitos da população negra e da comunidade LGBTQIA+, como a Aliança Nacional LGBTI, o Centro Santos Dias de Direitos Humanos, a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (Abrafh) e a EducAfro.
No processo, é pedido uma indenização de R$ 10 milhões e todo o valor seria para abertura de editais voltadas a órgãos defensores de pautas do movimento negro e LGBTQIA+.
A denúncia foi feita após a divulgação de uma entrevista de Piquet, onde ele chama Hamilton de “neguinho” ao comentar a batida do britânico com Max Verstappen na edição passada do GP da Inglaterra.
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A declaração não reverberou apenas aqui no Brasil. A Fórmula 1, Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a Mercedes e o próprio Hamilton repudiaram as declarações. Além disso, foi suspenso do Clube de Pilotos Britânicos e, segundo a imprensa britânica, ainda foi banido do paddock da F1.
Reposta de Hamilton
Hamilton se posicionou sobre vídeo onde Nelson Piquet o chamava de “neguinho”, ao comentar um acidente na Fórmula 1. Em seu Twitter, o piloto inglês publicou em português: “Vamos focar em mudar a mentalidade”.
Numa outra publicação ele diz ter sido alvo de comentários deste tipo durante toda sua vida, e que isso precisa mudar: “É mais do que linguagem. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Eu fui cercado por essas atitudes e fui alvo toda minha vida. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação.”
Posicionamento de Piquet
Após dizer que se arrependeu sobre as declarações racistas contra Hamilton, o brasileiro contrariou o próprio pedido de desculpas.
Em entrevista ao Motor Sport Magazine, ele justificou o uso do termo “neguinho” por adotá-lo também para “amigos brancos” e afirmou não se incomodar com as acusações.
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“Isso é tudo besteira, eu não sou racista. Não há nada, nada que eu disse errado. O (termo) que eu usei é uma palavra muito suave, até usamos com alguns amigos brancos”, disse.
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