Maicon Andrade, medalhista olímpico brasileiro, sofre ataque racista em campeonato de taekwondo
Atleta e seu treinador receberam uma foto de um macaco durante a realização do Pan Am Series, promovido pela Confederação Brasileira da modalidade
21/09/2022 16h37
O medalhista olímpico Maicon Andrade foi alvo de ataques racistas durante o Pan Am Series, competição de taekwondo organizada pela Confederação Brasileira da modalidade (CBTkd), na última terça-feira (20). O atleta e seu treinador, Rafael Valério, receberam imagens de um macaco em seus celulares após a cerimônia de premiação.
Em suas redes sociais, eles explicam que receberam a foto de um macaco via ‘airdrop’, mecanismo de compartilhamento presente em iPhone.
“É muito chato isso acontecer nos dias de hoje. Eu e o Maicon fomos vítimas de racismo dentro do campeonato e, provavelmente, por pessoas que conhecem a gente, já que enviaram via airdrop. […] Uma coisa que deixa a gente indignado. Racismo é crime!”, contou Valério.
Leia também: France Football, revista responsável pela Bola de Ouro, anuncia prêmio em homenagem a Sócrates
O treinador também afirmou que, apesar das ofensas racistas, não irão se abalar e continuarão trabalhando. Ele lembrou que os dois são “negros de sucesso e campeões”, e isso acaba incomodando muita gente.
Ao final da mensagem, mandou um recado direto para o agressor: “na próxima conquista, terá que mandar muitas outras fotos de macaco”.
Após o fato, os dois foram até a delegacia e registraram um boletim de ocorrência. Eles também comunicaram o presidente da CBTkd sobre o crime durante a realização do campeonato.
Nesta quarta-feira (21), a CBTkd emitiu um comunicado oficial repudiando os ataques racistas.
"A Confederação Brasileira de Taekwondo – CBTKD - vem a público manifestar profunda indignação com o ataque racista sofrido pelo Atleta Maicon de Andrade Siqueira e seu Técnico o Sr. Rafael Tadeu Valério, durante o Evento PAN AM SERIES III realizado em São Paulo, no Centro de Treinamento Paralímpico, em 18 de setembro de 2022, no qual o atleta e técnico representaram a Liga Vale Paraibana de Artes Marciais. A referida denúncia do ataque foi trazida pelos ofendidos à CBTKD, organizadora do evento.
Grande destaque nas competições, o atleta e seu técnico receberam mensagens desconhecidas e ofensivas. A CBTKD repudia qualquer tipo de atitude que vá contra o ser humano, independente de gênero, raça ou opção sexual. O esporte é uma ferramenta inclusiva e deve permanecer como tal, oportunizando a descoberta de novos talentos e ensinando valores para toda a comunidade desportiva.
A CBTKD se solidariza com o atleta e técnico, bem como todos que tem sofrido algum tipo de constrangimento e discriminação, e reafirma o compromisso com a promoção da igualdade, nos mais diferentes âmbitos, por meio de seu representante legal, repudia as práticas racistas sofridas por seus atletas, técnicos, treinadores assim como por quaisquer pessoas da sociedade".
Leia também: Quinas de Ouro: Cristiano Ronaldo e Abel Ferreira recebem prêmio da federação portuguesa
REDES SOCIAIS