Vai treinar no frio? Aquecer o corpo é importante para evitar lesões
Educador físico, Bruno 'Sapo' dá dicas e chama a atenção para driblar a preguiça
22/06/2023 14h31
Para os moradores do Hemisfério Sul do Planeta Terra, o inverno começou, oficialmente, nessa quarta-feira (21). Com as temperaturas mais baixas, é normal que a prática de atividades físicas seja menos constante.
Diante da chegada do frio, o educador físico Bruno 'Sapo' dá dicas para que as pessoas não parem de praticar esportes neste período. Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, o profissional também alerta para os cuidados necessários.
Cuidados necessários
Uma das principais diferenças do calor para o frio deve ser o que vem imediatamente antes do treino. Para Bruno, deve haver um “cuidado maior com aquecimento” no inverno.
“Literalmente, a atividade que prepara para que você tenha uma performance melhor e que previna lesões é o aquecimento. O próprio nome já diz: quando está mais frio, é mais difícil de você aquecer”, diz o educador.
Outro fator que influencia a prática de esportes é a vestimenta. “Quando está calor, as mulheres treinam com top e shorts, homens treinam com bermuda e camiseta – até sem camiseta. A movimentação, com uma roupa mais pesada, pode sofrer uma diferença, na parte técnica”, explica.
Diferença no gasto calórico
É normal que as pessoas sintam mais fome no frio. Isso porque o nosso organismo precisar gastar mais energia para se manter aquecido. Diante desse fato, Bruno confirma que “existe um gasto calórico maior em temperaturas mais baixas do que em temperaturas mais quentes.”
No entanto, ele aponta que “é importante lembrar que a maioria – 99,9% - dos benefícios da prática de atividade física são os mesmos no frio e no calor”.
Preguiça
Para os profissionais que trabalham ou já trabalharam em salas de musculação, é notória a diferença entre a quantidade de pessoas que frequentam a academia no frio e no calor. Para exemplificar o que muda entre as estações, o educador afirma: “Rola uma preguiça maior de treinar no frio. A gente tem que ficar salientando qualquer coisa que causa um ‘benefíciozinho’ maior no frio para que as pessoas não parem de treinar (..) no calor, a gente nem precisa disso, porque as pessoas já vão treinar.”
No local onde trabalha atualmente, Bruno dá aulas no último horário da noite. Ele relata que, nessa hora, as salas têm “ficado muito vazias”.
Questões sociais
As frases “correr na rua é de graça” e “só não faz quem não quer”, por exemplo, são muito comuns. No entanto, elas refletem a realidade, de fato?
“Na ânsia de tentar trazer mais pessoas para a prática do exercício, é normal que a gente repita alguns discursos”, observa Bruno.
Para rebater essa ideia, ele cita a corrida, vista como um esporte barato, para exemplificar seu ponto: “Não é tão assim também, né?! Quando a pessoa vai começar a correr, ela vai precisar de um tênis. E aí a gente pode estar falando para uma ‘bolha’ para a qual um tênis de R$ 500 é absurdo de caro ou para uma pessoa que vai pagar R$ 1.800 no tênis e vai fazer um camping em algum país da África com corredores medalhistas (...) já começa por aí, a gente precisa de materiais, a gente precisa de um tênis. Você pode pegar mais barato, que em seis meses vai começar a machucar o seu pé.”
Outro ponto é o local em que a corrida pode ser feita: “O lugar no qual você corre tem uma ciclofaixa? O lugar que você corre é seguro para correr em determinadas horas? Tem operação da polícia toda hora? Eu sou um homem negro, e um homem negro correndo de noite pode estar fugindo de alguma coisa, se alguém cismar. Isso influencia também na decisão de praticar um esporte, por exemplo, como a corrida. Eu acho que, por muitas vezes, esportes e locais que eram para ser inclusivos são extremamente exclusivos”.
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