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Psoríase: entenda a doença que atinge cerca de 5 milhões de brasileiros

Além das inflamações e manchas que podem aparecer em diferentes partes do corpo, os portadores de psoríase ainda enfrentam uma mal maior: o estigma e o preconceito por parte daqueles que não conhecem a doença


27/10/2020 15h23

Cerca de 5 milhões de brasileiros são portadores de psoríase. A doença causa inflamação e escamação na pele em diversas partes do corpo e, embora não tenha cura, pode ser controlada com medicamentos. Além disso, o mais importante: como é uma doença genética, a psoríase não é contagiosa. 

O corretor de imóveis David Miranda é portador da doença há 25 anos e carrega marcas na pele, que, antes, só queria esconder. "Muita gente se afastou de mim, inclusive da minha família. Meus tios proibiam que meus primos viessem conversar comigo, brincar comigo, por conta de achar que poderia ser contagioso", contou. "Nos últimos 25 anos, eu evitei todo tipo de evento social que era necessário você estar em locais abertos, principalmente em dias de calor."

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A psoríase é uma doença que ataca, especialmente, a pele, causando manchas vermelhas, que costumam descamar. Mas ela também pode acometer outras áreas, como o couro cabeludo, as unhas e as articulações. 

"Não existe um fator causal específico ainda comprovado para psoríase, mas existem algumas situações em que o quadro pode se agravar: o consumo de álcool, o tabagismo, alguns medicamentos, principalmente lítio, alguns anti-inflamatório e também o estresse. O estresse pode agravar os quadros de psoríase e até mesmo desencadear em pessoas que ainda não tinham manifestado", explicou a dermatologista Luciana Molina.

Estima-se que, pelo menos, 125 milhões de pessoas no mundo sofram com o mal. Só no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, são 5 milhões. 

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Não há cura para a psoríase, mas há diversos tipos de tratamento. O mais comum é por meio de cremes hidratantes. Para casos mais graves, os tratamentos vão de medicação injetável até câmaras de exposição a raios ultravioleta. David precisou recorrer a todos eles. Hoje, o corretor de imóveis consegue lidar bem com o problema, porém, o custo psicológico para recuperar a autoestima foi alto. 

"Eu sofri todo tipo de preconceito, né? As pessoas não sabem o que é, então, elas já imaginam o que? É contagioso. Então, elas evitam uma aproximação, evitam dividir o mesmo copo, os mesmos talheres . [...] Eu desenvolvi crise de ansiedade, então, eu tenho transtorno de ansiedade e também já desenvolvi depressão. [...] Eu procuro tentar trabalhar muito o meu lado psicológico, mas é difícil", afirmou.

Preconceito 

Mais do que o tratamento contra a psoríase, a principal batalha dos portadores hoje é pela conscientização. Muita gente ainda acha que doença é contagiosa e que há riscos simplesmente por estar perto de alguém com a inflamação. Essa ideia não poderia estar mais errada. 

"Você pode conviver muito bem com os paciente de psoríase, ele não é proibido de participar de uma atividade em grupo, de uma piscina, de qualquer atividade social", destacou Luciana.

No próximo dia 29 de outubro, é comemorado o Dia Mundial de Combate à Psoríase, data para se lembrar de que, diferente da doença, o estigma e o preconceito têm cura. 

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"Eu acredito que só se combate o preconceito com informação, preconceito nada mais do que ignorância. Então, eu acredito que falte um pouquinho da parte do governo, em todas as esferas - municipal, estadual ou federal -, campanhas nacionais de conscientização, em rádio, TV e internet sobre a psoríase", afirmou Miranda. 

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