O Facebook baniu todas as contas vinculadas ao exército de Mianmar. A medida foi anunciada na última quarta-feira (24) em uma publicação que apontou o histórico severo do órgão em relação a abusos dos direitos humanos e seu potencial de usar a rede social para impulsionar novas situações de violência.
Mianmar vive em uma onda de protestos desde que os militares das Forças Armadas do país tomaram o poder na madrugada do dia 1° de fevereiro. A líder do governo, Aung San Suu Kyi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1991 e o presidente do país, Win Myint, foram detidos. Os militares ainda acusam a comissão eleitoral de Mianmar de irregularidades nas últimas eleições em novembro, que tiveram vitória por larga maioria do partido de Aung San.
A decisão do Facebook de banir as contas vinculadas do exército também se estende ao Instagram, rede social que pertence à companhia de Mark Zuckerberg. Desde que tomaram o poder, os militares impõem controle à internet e limitam o acesso da população às plataformas de mídias sociais, como o Facebook, site em que divulgam pronunciamentos e decretos e meio que a resistência ao golpe militar usa para se organizar.
"Continuamos tratando a situação em Mianmar como uma emergência e continuamos focados na segurança de nossa comunidade e no povo de Mianmar de forma mais ampla. Os eventos desde o golpe de 1º de fevereiro, incluindo violência mortal, precipitaram a necessidade dessa proibição. Acreditamos que os riscos de permitir o Tatmadaw no Facebook e no Instagram são muito grandes", disse o Facebook em comunicado.
Os militares intensificaram o uso da violência para enfraquecer a mobilização das manifestações em prol da democracia. Desde o golpe de Estado, o país registrou cinco mortos por conta do conflito.
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