A secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro disse à CPI da Covid, nesta terça-feira (25), que a autorização do uso do aplicativo TrateCov partiu da secretaria comandada por ela.
O protótipo indicava o tratamento precoce da Covid-19 com base em medicamentos sem eficácia comprovada para a doença. O aplicativo foi disponibilizado em 14 de janeiro em Manaus e diagnosticava a infecção pelo novo coronavírus por meio de uma pontuação definida pelos sintomas do paciente.
Mayra Pinheiro disse que o aplicativo não foi hackeado e que também não foi modificado. Houve uma "extração indevida de dados", segundo ela. O depoimento da secretária se diferencia do relato do ex-ministro de Saúde da Eduardo Pazuello, que relatou à CPI sobre a invasão hacker.
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O presidente da CPI Omar Aziz questionou por que o aplicativo foi retirado do ar, se não foi hackeado e modificado. Mayra respondeu dizendo que havia "inseguranças enormes".
Conhecida como "Capitã Cloroquina", Mayra Pinheiro conseguiu, na última sexta-feira (21), uma liminar no Supremo Tribunal Federal que permite que ela fique em silêncio quando perguntada sobre fatos que ocorreram entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. No período, a cidade de Manaus enfrentou o desabastecimento de oxigênio hospitalar. A decisão do ministro Ricardo Lewandowski determina que Mayra é obrigada a falar sem reservas sobre qualquer outro período e sobre a atuação de todos os outros membros do governo.
Ela ganhou destaque por defender o chamado tratamento precoce contra a Covid-19, que consiste no uso de medicamentos ineficazes. Na sessão, a secretária responde perguntas sobre a aquisição e distribuição de comprimidos de cloroquina, isolamento social e vacinação.
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