No Linhas Cruzadas desta quinta (23), que discutiu os sete pecados capitais, o filósofo Luís Felipe Pondé e a jornalista Thaís Oyama falaram sobre a ira na figura do 'hater' da internet.
"Eu acho que nesse sentido das redes sociais é um caso muito comum. Apesar de que o hater ele pode ser, imagino, movido por ódio político, por preconceito, por inveja. Até porque você ser um hater é a expectativa de que você se torne relevante. Quer dizer, uma pessoa que consegue mover o cancelamento de alguém é provavelmente um sujeito irrelevante de alguma forma. Que conseguiu montar um número gigantesco de pessoas, que reagem àquela posição", analisa Pondé.
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"Se a gente fosse fazer um arquétipo, uma análise um pouco mais arquetípica, eu tenho a impressão de que o hater é um sujeito cuja vida é tão pequena, tão pequena, que ele tem que ficar odiando aquela pessoa", prossegue o filósofo.
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Pondé diferencia, porém, o pecado da ira de outras expressões de revolta: "Se você olha e pensa, por exemplo, no que o Bolsonaro faz durante a pandemia. Eu não acho que a reação que a gente tem normalmente seja ira. Porque a ira sempre pressupõe um nível que vai além. E você simplesmente reconhecer que o Bolsonaro pode ser responsável pela morte de um monte de gente pode ser simplesmente uma constatação científica", completa.
Confira o trecho:
Assista ao programa na íntegra:
Exibido às quintas, Linhas Cruzadas é parte da faixa de jornalismo da TV Cultura que traz uma atração diferente para cada dia da semana após o Jornal da Cultura. Sob o comando de Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama, o debate semanal vai ao ar sempre às 22h.
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