O economista André Lara Resende foi o entrevistado do Roda Viva desta segunda-feira (28). Ele criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e falou sobre a ascensão das milícias no Rio de Janeiro.
“O Brasil corre risco, vamos levar essa preocupação a sério. Primeiro, a eleição do Bolsonaro, um deputado de um radicalismo primitivo, associado a uma agenda liberal que o Paulo Guedes prometeu e claramente não está cumprindo”, comenta.
Resende associou a ascensão das milícias ao bolsonarismo e a processos de desorganização do poder público, “provocado por uma cultura irresponsável na gestão e combinado com uma ideia de que é preciso asfixiar o estado”.
“O Rio de Janeiro é um exemplo típico desse processo. O que nós vimos foi um aumento desses estados paralelos. Isso começou a ocorrer nas comunidades, com a ideia de que você tem os comandos do tráfico, depois as milícias começaram a combater o tráfico e substituem os donos do tráfico com pequenos protetorados. Isso é uma espécie de feudalização da sociedade, no estado. O poder central se desorganiza, se desmoraliza, não tem mais autoridade e perde legitimidade e é substituído por essa fragmentação miliciana e o bolsonarismo vem desse processo”, expõe.
Assista ao trecho:
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Doutor em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), André Lara Resende foi diretor do Banco Central, presidente do BNDES e um dos formuladores do Plano Real.
Participaram da bancada de entrevistadores João Villaverde, jornalista e professor na FGV-SP; Pedro Menezes, economista, fundador do Instituto Mercado Popular, colunista da Gazeta do Povo e Infomoney; Flávia Barbosa, editora executiva do Jornal O Globo; Alex Ribeiro, repórter especial do Valor Econômico; Raquel Landim, analista de economia da CNN Brasil.
Assista ao programa na íntegra:
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