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Covid-19: Cerca de 26 mil vacinas vencidas foram aplicadas no Brasil, diz jornal

Reportagem da Folha de S. Paulo lista oito lotes do imunizante AstraZeneca com registro de aplicação fora do prazo de validade em 1.532 municípios; Maringá (PR) lidera a lista, mas prefeitura afirma que trata-se de erro no sistema


02/07/2021 15h21

Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta sexta (2) mostrou que cerca de 26 mil doses da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 podem ter sido aplicadas fora do prazo de validade em todo o Brasil.

O levantamento cruzou dados da imunização no DataSUS com os registros do sistema Sage (Sala de Apoio à Gestão Estratégica), do governo federal, e identificou que vacinas de lotes vencidos foram aplicadas em 1.532 municípios até 19 de junho.

As cidades com maior número de aplicações registradas fora do prazo são Maringá (PR), com 3.536 doses, Belém (PA), com 2.673, São Paulo (SP), 996, Nilópolis (RJ), 852, e Salvador (BA), 824. A cidade paranaense, porém, nega a aplicação de vacinas vencidas e atribui a informação a um erro no sistema. (Leia mais abaixo.)

Data de aplicação, lote e fabricante estão disponíveis no cartão de vacinação de todos os indivíduos imunizados na campanha contra a Covid-19 no Brasil. Confira abaixo quais foram os lotes identificados e as datas de vencimento:



De acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), vacinas administradas fora do vencimento não devem ser consideradas válidas. O Ministério da Saúde recomenda um novo ciclo vacinal, com intervalo de 28 dias entre as doses, e acompanhamento da Secretaria de Saúde local.

Procurado pela Cultura, o Ministério da Saúde afirmou que nenhuma dose de vacina foi entregue aos estados e Distrito Federal vencida. "A pasta acompanha rigorosamente todos os prazos de validade das vacinas Covid-19 recebidas e distribuídas pela pasta. Conforme pactuado com Conass e Conasems, as doses entregues para as Centrais Estaduais devem ser imediatamente enviadas aos municípios pelas gestões estaduais. Cabe aos gestores locais do SUS o armazenamento correto, acompanhamento da validade dos frascos e aplicação das doses, seguindo à risca as orientações do Ministério", diz a pasta.

Leia também: MPF denuncia ex-prefeita de Oiapoque (AP) por desvio de testes de Covid-19

Em nota, a prefeitura de Maringá afirmou que não houve aplicação de doses vencidas e que o registro é resultado de um erro no sistema. “O lançamento no Sistema Conect SUS está diferente do dia da aplicação da dose. Isso porque, no começo da vacinação, a transferência de dados demorava a chegar no Ministério da Saúde, levando até dois meses. Portanto, os lotes elencados são do início da vacinação e foram aplicados antes da data do vencimento. Concluindo, não houve vacinação de doses vencidas em Maringá e sim erro no sistema do SUS”, afirmou Marcelo Puzzi, secretário da Saúde da cidade.

À Cultura, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém informou que nenhuma dose vencida foi aplicada na cidade. "O Ministério da Saúde reconhece que erros nos sistemas de registro podem ocorrer e, por conta disso, abriu o sistema para correções. Essas correções identificaram um atraso de registro no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde (MS). No dia 2 de fevereiro de 2021, um total de 9.910 doses do lote 4120Z005, com validade para o dia 14 de abril de 2021 foi recebido na câmara fria. O referido lote foi completamente utilizado dentro do prazo de validade. [...] A prefeitura assegura, portanto, que não há nenhuma aplicação de doses fora do prazo de validade da vacina em Belém. Nosso plano segue avançando sem interrupções", afirmou a prefeitura em nota.

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