O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias pagou uma fiança de R$ 1,1 mil e deixou a Polícia Legislativa na noite da última quarta-feira (7). Durante sessão da CPI da Covid, o presidente da comissão Omar Aziz (PSD-AM) determinou a prisão de Dias. Segundo ele, o depoente cometeu perjúrio, e isso significa que ele quebrou o juramento de falar a verdade.
O ex-diretor de Logística foi convocado a dar explicações sobre as acusações de que teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina contra a Covid-19 em negociações e de que teria pressionado um funcionário do ministério a agilizar a aquisição da vacina Covaxin. Todas as acusações foram negadas pelo depoente.
A acusação do pedido de propina foi feita pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply. Segundo ele, o pedido ocorreu em um jantar, em 25 de fevereiro.
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O que foi determinante para a prisão de Dias foram os áudios de uma conversa de Dominghetti, que fala de negociações de vacinas e cita diretamente o ex-funcionário do Ministério. O site da CNN Brasil publicou as gravações que desmentem Dias.
O primeiro áudio é do dia 23 de fevereiro, dois dias antes da reunião. Nele, Dominghetti cita já ter uma reunião marcada para "finalizar com o Ministério”.
“A compra vai acontecer, tá? Estamos na fase burocrática. Falando para você em off, quem vai assinar vai ser o Dias mesmo. Caiu no colo do Dias. A gente já se falou e quinta-feira temos uma reunião para finalizar no Ministério”.
Em 25 de fevereiro, Dominghetti recebe um áudio de um aliado, Odillon, o homem que o ajudou a fazer contato com militares. Na mensagem, Odillon pergunta: "Queria ver se vocês combinaram alguma coisa para encontrar com o Dias".
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