Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Flickr/Senado Federal
Flickr/Senado Federal

Nesta quarta-feira (7), o senador Omar Aziz (PSD/AM) determinou a prisão de Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. O presidente da CPI da Covid alegou que o depoente cometeu perjúrio, e isso significa que ele quebrou o juramento de falar a verdade durante a comissão.

Em outras oportunidades, como em depoimento de Fabio Wajngarten, quase houve um pedido de prisão. Mas essa foi, de fato, a primeira vez que Aziz mandou alguém ser preso.

Perjúrio, segundo o artigo 342 do Código Penal, é “fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral".

A pena prevista para esse crime é de reclusão, de dois a quatro anos, e aplicação de multa. Ela pode aumentar caso o falso testemunho é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.

Quando ele mentiu?

Roberto Dias é o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. Ele foi convocado a dar explicações sobre as acusações de que teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina em negociações e teria pressionado um funcionário do ministério a agilizar a aquisição da Covaxin. Todas as acusações foram negadas.

Durante o depoimento, Dias disse à CPI que estava no restaurante com um amigo e Luis Paulo Dominghetti, o representante da Davati, apareceu junto com coronel Blanco, assessor de Logística do ministério. Dias disse que não tinha nada marcado com Dominghetti e Blanco e o encontro foi "incidental".

Leia também: Pesquisa aponta que partidos de centro estão 'em cima do muro' sobre impeachment de Bolsonaro

Dias também negou ter pedido propina. Porém no depoimento de Dominghetti na semana passada, ele afirmou o jantar aconteceu em 25 de fevereiro e Dias pediu a propina de US$ 1 por dose. As falas se contradizem.

O que foi determinante para a prisão de Dias foram os áudios de uma conversa de Dominghetti, que fala de negociações de vacinas e cita diretamente o ex-funcionários do Ministério.

Os áudios

O site da CNN Brasil publicou os áudios do representante da Davati e que desmentem Dias.

O primeiro áudio é do dia 23 de fevereiro, dois dias antes da reunião. Nele, Dominghetti cita já ter uma reunião marcada para "finalizar com o Ministério”.

“A compra vai acontecer, tá? Estamos na fase burocratica. Falando para você em off, quem vai assinar vai ser o Dias mesmo. Caiu no colo do Dias. A gente já se falou e quinta-feira temos uma reunião para finalizar no Ministério”.

Em 25 de fevereiro, Dominghetti recebe um áudio de um aliado, Odillon, o homem que o ajudou a fazer contato com militares. Na mensagem, Odillon pergunta: "Queria ver se vocês combinaram alguma coisa para encontrar com o Dias".

Defesa de Dias

A decisão do presidente da CPI da Covid provocou reação da advogada de Roberto Dias. Ela afirmou que a prisão é um "absurdo" e que o ex-diretor deu "contribuições valiosíssimas" para a comissão.

Veja a reportagem completa na edição desta quarta-feira (7) do Jornal da Cultura: