Após divulgação de vídeo, o ex-ministro Eduardo Pazuello negou ter negociado doses de vacina Coronavac com intermediários de uma empresa de Santa Catarina. A posição foi feita uma nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República. O general alegou que a reunião foi uma "pré-sondagem" da proposta da World Brands.
"Ante a importância da temática, uma Equipe do Ministério da Saúde os atendeu e este então Ministro de Estado - que detém o papel institucional de representar o Ministério da Saúde - foi até a sala unicamente para cumprimentar os representantes da Empresa após o término da reunião", diz o texto da nota.
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O encontro de Pazuello com empresários foi gravado em vídeo, e divulgado pela Folha de São Paulo, pela assessoria de comunicação do ministério para fins de "publicização dos atos e fatos da administração pública", segundo a nota.
"Após a gravação, os empresários se despediram e, ato contínuo, fui informado que a proposta era completamente inidônea e não fidedigna. Imediatamente, determinei que não fosse elaborado o citado Memorando de Entendimentos - MoU - assim como que não fosse divulgado o vídeo realizado", afirmou Pazuello.
Denúncias contra Pazuello
Em um vídeo divulgado nesta sexta (16), o então ministro da Saúde aparece em uma reunião com intermediadores negociando a compra de 30 milhões de doses da vacina CoronaVac contra a Covid-19.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a empresa representada pelos participantes da reunião ofereceu o imunizante por US$28 a dose, quase o triplo do preço cobrado pelo Instituto Butantan (US$10).
Ainda segundo a apuração do jornal, o encontro aconteceu em 11 de março de 2021, quando o general da ativa ainda estava no comando da pasta. A agenda oficial de Pazuello do dia não menciona a reunião.
Outra versão na CPI
Em um dos seus depoimentos à CPI da Covid, Pazuello afirmou que não negociava diretamente a compra de vacinas. Na época, ele foi questionado se não participou da compra das vacinas da Pfizer, e o general alegou que era o “decisor”.
"Eu sou o dirigente máximo, eu sou o decisor. Eu não posso negociar com a empresa. Quem negocia com a empresa é o nível administrativo, não o ministro", disse o ex-ministro aos senadores.
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