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"Fomos usados de maneira ardilosa", diz reverendo que negociou vacinas em nome do governo

Amilton Gomes de Paula depõe à CPI da Covid nesta terça-feira (3)


03/08/2021 13h39

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (3), o reverendo Amilton Gomes de Paula disse que acredita que foi "usado de maneira ardilosa".

Amilton é fundador de uma entidade privada chamada Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah). Ele é peça-chave para explicar o uso de intermediários pelo Ministério da Saúde. No caso, ele negociava a venda de 400 milhões de doses da AstraZeneca, mesmo após a própria farmacêutica ter informado que a venda do imunizante se daria apenas por meio de contratos diretos, sem intermediários.

A Senah é uma organização evangélica fundada em 1999, com sede em Águas Claras (DF), região próxima a Brasília. Após a fundação, a entidade desenvolveu projetos de ação sociocultural no Distrito Federal e em cidades do entorno. Com esse histórico e sem explicações, a Senah ganhou autonomia do governo para negociar a aquisição de vacinas.

"Hoje, com a série de eventos divulgados, entendemos que fomos usados de maneira ardilosa para fins espúrios e que desconhecemos. Vimos um trabalho de mais de 22 anos de uma ONG, entidade séria, voltada para ações humanitárias, educacionais, jogado na lama, trazendo prejuízo na sua credibilidade e atingindo seus integrantes nas relações profissionais e familiares", disse o reverendo.

O depoimento do religioso estava marcado anteriormente para o dia 14 de julho, mas foi adiado por questões de saúde de Amilton. Ele apresentou um atestado médico alegando problemas renais, o que foi confirmado por perícia médica do Senado.

Nesta terça, ele comparece à comissão munido de um habeas corpus concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, que autorizou o silêncio parcial de Amilton Gomes de Paula.

Leia também: Reverendo Amilton Gomes nega estar envolvido com negociações de vacinas da Covid-19CPI da Covid quebra o sigilo de líder do governo Bolsonaro na Câmara

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