Invasão de 2018 não afetou eleições, diz TSE sobre inquérito divulgado por Bolsonaro
Presidente publicou documentos de investigação da PF e afirmou que o sistema eleitoral seria "violável"; tribunal esclarece que não houve anomalia no código-fonte e que urnas não podem ser invadidas remotamente, pois não têm conexão com a internet
05/08/2021 13h50
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu nesta quinta (5) uma nova declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a segurança do sistema eleitoral vigente no Brasil.
Em nota, o tribunal esclareceu que o ataque aos seus sistemas ocorrido em 2018 não teve qualquer influência na eleição. Ontem (4), por meio de suas redes sociais, Bolsonaro publicou documentos de um inquérito da Polícia Federal que investiga o caso. Segundo o mandatário, as informações comprovariam que "o sistema eleitoral brasileiro foi invadido e, portanto, é violável".
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"O acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Isso porque o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de anormal ocorreu", afirmou o TSE.
O jornal Folha de S. Paulo publicou nesta quinta que teve acesso aos documentos da investigação, consultou especialistas e uma pessoa envolvida no inquérito. Segundo o jornal, a resposta unânime foi de que a apuração não concluiu que houve fraude em 2018 ou adulteração nos resultados.
"Cabe acrescentar que o código-fonte é acessível, a todo o tempo, aos partidos políticos, à OAB, à Polícia Federal e a outras entidades que participam do processo. Uma vez assinado digitalmente e lacrado, não existe a possibilidade de adulteração. O programa simplesmente não roda se vier a ser modificado", prossegue a nota do TSE.
O texto reforça que as urnas eletrônicas não têm conexão com a internet e, portanto, é impossível acessá-las remotamente: "Por essa razão, é possível afirmar, com margem de certeza, que a invasão investigada não teve qualquer impacto sobre o resultado das eleições".
Além disso, o tribunal também lembrou que o episódio foi noticiado à época em diversos veículos: "Embora objeto de inquérito sigiloso, não se trata de informação nova". A nota destaca, ainda, que o próprio TSE enviou todas as informações pertinentes à PF e que a corporação jamais comunicou ao tribunal qualquer indicativo de fraude no inquérito.
"Por fim, e mais importante que tudo, o TSE informa que os sistemas usados nas Eleições de 2018 estão disponíveis na sala-cofre para os interessados, que podem analisar tanto o código-fonte quanto os sistemas lacrados e constatar que tudo transcorreu com precisão e lisura", conclui a nota.
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