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Avião com 640 pessoas deixa Cabul com número cinco vezes maior do que a capacidade indicada

Não era previsto que a aeronave assumisse uma carga tão grande, mas afegãos desesperados avançaram para a rampa semiaberta do avião


17/08/2021 10h20

Um C-17 Globemaster III da Força Aérea dos EUA evacuou cerca de 640 afegãos de Cabul no final do último domingo (15), de acordo com oficiais de defesa da Força Aérea americana.

De acordo com o site Defense One, o número de passageiros deve estar entre os mais altos que um C-17 já transportou. O avião tem capacidade indicada para pouco mais de 100 pessoas. O software de rastreamento do voo mostra que a aeronave pertence à 436ª Ala Aérea, sediada na Base Aérea de Dover, em Delaware (EUA).

Segundo um oficial da Defesa dos EUA, não era previsto que o avião assumisse uma carga tão grande, mas os afegãos em pânico avançaram para a rampa semiaberta do C-17. Ele afirmou que em vez de forçar as pessoas a deixarem o avião, a tripulação tomou a decisão de decolar. 

Ao menos sete pessoas morreram na última segunda-feira (16), no aeroporto internacional de Cabul, enquanto tentavam fugir do Afeganistão após a retomada do Talibã. Em cenas caóticas, milhares de pessoas tentaram deixar o país.

No domingo (15), após o cerco em Cabul, o grupo extremista tomou o controle do palácio presidencial do Afeganistão e assumiu o controle. O Talibã, que defendia uma rendição pacífica do governo, tomou o poder após a fuga do presidente Ashraf Ghani.

Ele usou as redes sociais para se posicionar após os acontecimentos. Ghani justificou a saída do país para evitar um banho de sangue. Além disso, afirmou que "incontáveis patriotas seriam martirizados e a cidade de Cabul seria destruída" se permanecesse.

O cerco do Talibã na capital do Afeganistão aconteceu 20 anos depois do grupo extremista ser expulso pelas tropas americanas. Os Estados Unidos invadiram o país dias após os ataques de 11 de setembro de 2001. Desde então, o grupo ficou fora do poder. Apenas com a saída das tropas americanas, ele tomaram o governo.

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