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Reprodução/OTAN
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A jornalista de origem afegã Lailuma Sadid, da rede de notícias belga Brussels Morning Newspaper, chorou ao falar da atual crise no Afeganistão com o retorno do Talibã ao poder. A situação se deu em uma coletiva de imprensa virtual, nesta terça-feira (17), com o Secretário-Geral da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) Jens Stoltenberg.

Com uma placa ao fundo do vídeo contendo a frase "vidas afegãs importam", a jornalista se mostrou visivelmente emocionada e questionou Stoltenberg sobre a retirada da OTAN no Afeganistão: "Como é possível que tudo isto tenha acontecido?!".

"Os EUA e a UE com sua conversa de civilização no mundo, venceram o nazismo, o fascismo e o imperialismo, mas depois da Segunda Guerra Mundial, a OTAN e a União Europeia, com toda essa grande inteligência, não tenham conseguido derrotar um grupo do Talibã", desabafou Sadid.

Em fevereiro de 2020, na cidade de Doha, no Catar, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, assinou com o Talibã um acordo que previa a retirada completa, em 14 meses, das tropas americanas e da OTAN do território afegão.

A jornalista afirmou que após a queda de Cabul, capital do Afeganistão, no último domingo (15), e a tomada do país pelo grupo extremista, as mulheres afegãs "temem pelo seu futuro".

Ao final de sua fala, Lailuma Sadid cobrou uma reação da comunidade internacional e pediu para que a OTAN "não reconheça o Talibã incondicionalmente como fez o governo Trump".

"Foi extremamente difícil tomar a decisão de encerrar a presença militar da OTAN no Afeganistão. E foi difícil porque compartilho sua dor, entendo sua frustração", respondeu o Secretário-Geral.

Ele também disse que ficou "surpreso" com a velocidade com que o Talibã retomou o controle das principais províncias do Afeganistão e de Cabul, apesar de 20 anos de ocupação dos Estados Unidos, Reino Unido e aliados do Ocidente.

Stoltenberg, no entanto, declarou que vê progresso social e econômico no Afeganistão ao longo desses anos, e por isso será mais difícil os novos governantes removerem esses ganhos.

"É, é uma tragédia o que agora vemos acontecendo no Afeganistão. Ao mesmo tempo, houve ganhos. E todos nós precisamos fazer todos os esforços para tentar preservar esses ganhos, incluindo o fato de que gerações de homens e mulheres, mas em particular mulheres, agora são educadas, estão agora participando de processos políticos, e não será fácil para um novos governantes para remover, para tirar todos esses ganhos".

O Secretário finalizou dizendo à jornalista que compreende o seu posicionamento. "Eu entendo a raiva. Mas também tenho a responsabilidade de transmitir a mensagem de que o plano nunca foi ficar no Afeganistão para sempre, o plano era construir um estado afegão, a força de segurança afegã para assumir a responsabilidade pelo futuro do país".

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