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Toletino nega ser sócio do FIB Bank e se cala a respeito de sua relação com Ricardo Barros

Advogado e empresário presta depoimento à CPI da Covid nesta terça; comissão do Senado investiga se empresa tinha condições de oferecer a carta-fiança de R$ 80 milhões na compra da Covaxin


14/09/2021 14h39

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (14), o advogado e empresário Marcos Tolentino negou ser 'sócio oculto' do FIB Bank. Questionado por senadores sobre sua relação com a empresa, ele recorreu ao direito ao silêncio obtido no Supremo Tribunal Federal (STF).

O FIB Bank foi a instituição usada pela Precisa Medicamentos como fiadora do contrato do Ministério da Saúde para a compra da vacina indiana Covaxin. Mesmo não sendo um banco, a companhia assinou uma carta-fiança no valor de R$ 80,7 milhões para garantir o transporte do imunizante. No entanto, com o avanço das investigações da CPI, a compra foi cancelada pela pasta.

“Sobre a minha participação no quadro societário do FIB, divulgada por matérias afirmando a dita sociedade oculta acerca da empresa FIB Bank, eu, Marcos Tolentino, afirmo que não possuo qualquer participação na sociedade. Não sou sócio da empresa, como veiculado por algumas matérias”, afirmou aos senadores.

Tolentino também se calou sobre sua relação com empresas ligadas a Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. O depoente se referiu ao deputado como “conhecido há muitos anos, mantenho com ele vínculo de respeito e amizade, nada mais do que isso.”

A CPI, porém, identificou atuação de Tolentino em cartas de fiança à União relacionadas a contratos que somam aproximadamente R$ 600 milhões. “Isso demonstra um conluio nunca visto na história da República” afirmou o relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL). “O Ricardo Barros está presente em todas as negociatas e sempre muito próximo do depoente”.

Tolentino admitiu que tem como ativos precatórios da União. O que chamou atenção dos senadores já que, desde setembro do ano passado, Barros defende o parcelamento de precatórios para abrir espaço a um programa social.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) apontou a seguinte relação suspeita: parcelar precatórios faz com que escritórios de advocacia como o de Tolentino paguem valores menores à vista para os beneficiados e fiquem com o direito de receber as dívidas da União em quantias maiores no futuro.

“É um interesse que, me parece, nesse caso conjugam”, declarou o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ao analisar o interesse de Tolentino nos precatórios e a postura do líder do governo na Câmara.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), ironizou as citações a Ricardo Barros e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamará o ex-presidente Michel Temer para assinar uma carta e pedir desculpas por ter escolhido o deputado como líder do governo na Câmara.

“Intocável perante o presidente Bolsonaro, intocável perante os apoiadores, porque permanece. Mesmo que a gente mostre aqui, desnude o líder na Câmara do presidente Bolsonaro, isso não vai mudar nada não, vai continuar lá”, disse Aziz.

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