Marconny Faria nega ser lobista da Precisa Medicamentos: "Eu seria péssimo"
Advogado depõe à CPI da Covid nesta quarta-feira (15)
15/09/2021 14h35
Em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (15), o advogado Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria negou ser lobista da Precisa Medicamentos ou que tenha atuado para obter contratos junto ao governo federal.
O advogado disse que, caso fosse lobista, seria "péssimo" na atividade. Isso porque, segundo Marconny, ele não conseguiu transformar suas relações sociais em bons negócios. Também declarou que sua renda condiz com seu patrimônio e citou que tem apenas um apartamento financiado em 30 anos e um veículo ano 2012.
"Se eu fosse lobista, eu seria um péssimo lobista porque jamais fui capaz de transformar minhas relações sociais em contratos e resultados econômicos milionários conforme divulgado falsamente pela imprensa. Nunca recebi dinheiro público. Meu patrimônio condiz com minha renda", argumentou.
Marconny declarou que teve contato por 30 dias com a Precisa Medicamentos em 2020. As conversas, segundo ele, se deram pelo whatsapp e se referiam a sondagens que a Precisa fez para ele assessorar politicamente a empresa em tratativas de vendas de testes rápidos da Covid-19 para o Ministério da Saúde.
"Nunca me envolvi em compra de vacina. No início da pandemia, fui sondado para assessorar tecnicamente a Precisa. Tinha como objetivo a aquisição de testes rápidos para a detecção da Covid-19. Como a concorrência já estava em andamento, não participei da análise do edital, apresentação da proposta. Houve uma mudança na diretriz do Ministério da Saúde que optou pela testagem por outros meios, e a aquisição foi cancelada pelo próprio MS. Não houve tratativas, pagamentos de valores, vantagem a mim ou qualquer outra pessoa", afirmou. "Tudo não passou de conversa de whatsapp, que durou aproximadamente 30 dias", completou.
À CPI, ele explicou o que seria a "assessoria política" que prestaria para a Precisa: "Politicamente e tecnicamente. Como naquela época a gente estava vivendo uma pandemia, um lockdown, eles precisavam de um parecer técnico, de um cenário político, de viabilidade, dentro de uma situação para ver se tinha possibilidade de acontecer tal negócio", afirmou.
"Eu fazia uma análise de estudo de viabilidade política e técnica. Como conheço o cenário de Brasília, eu conheço a política de Brasília", acrescentou.
A comissão do Senado investiga a suposta atuação de Marconny na negociação que resultou no contrato bilionário do Ministério da Saúde com a Precisa para a venda da vacina indiana Covaxin. O negócio acabou cancelado por suspeita de irregularidade.
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