"Lúcifer é um dos personagens da tradição humana de crer em espíritos malignos", diz Pondé

A figura do Diabo no imaginário popular é o tema do Linhas Cruzadas desta quinta (16). No programa, a jornalista Thaís Oyama e o filósofo Luiz Felipe Pondé falaram sobre as origens e interpretações do personagem.

"A ideia de que esse demónio era um anjo de luz e que caiu em desgraça, ela repete uma das inúmeras narrativas do que seria a origem desse Diabo na tradição cristã. Agora, a ideia de que o diabo, o espírito demoníaco ou seja lá o que for, foi invenção dos europeus, essa é uma ideia comum, porém equivocada do ponto de vista arqueológico", explicou Pondé, sobre a figura de Lucífer conforme descrito na teologia cristã. 

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"O personagem 'Diabo' é um capítulo muito famoso na cultura eurocêntrica, para ser técnico, de uma experiência da humanidade que é acreditar em espíritos malignos. Ele é um capítulo está muito famoso, mas numa história muito maior que ele, muito mais antiga, na qual os espíritos malignos fazem parte do panteão do sobrenatural antes da possibilidade de espíritos benignos. Lúcifer é um dos personagens da tradição humana de crer em espíritos malignos", continuou o filósofo.

Pondé explica, então, o motivo pelo qual a ideia de espíritos malignos é anterior a figuras consideradas "do bem" na história humana. "A hipótese é básica: nós projetamos forças da natureza que nós chamamos de malignas. Ou seja, o que nos adoece, o que nos mata, o que nos faz sofrer: vulcão, raio, terremoto, doença, enlouquecimento. Portanto, a gente chegou à conclusão que havia tava rolando um espécie de roteiro em que forças invisíveis que se manifestam na nossa vida", completou.

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Veja o trecho:

Assista ao programa na íntegra:

Exibido às quintas, Linhas Cruzadas é parte da faixa de jornalismo da TV Cultura que traz uma atração diferente para cada dia da semana após o Jornal da Cultura. Sob o comando de Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama, o debate semanal vai ao ar sempre às 22h.