Nesta terça-feira (21), a CPI da Covid ouve o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário. O presidente da comissão do Senado, Omar Aziz (PSD-AM) quer mais explicações de Rosário sobre a suposta prevaricação da CGU diante de negociações irregulares no Ministério da Saúde.
A CGU é um órgão de controle do Executivo e tem, entre as suas atribuições, a prevenção e o combate à corrupção. A convocação de Rosário foi aprovada há mais de três meses, e a oitiva do ministro seguia sem previsão até a semana passada.
Segundo requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), o ministro deverá falar também de investigações sobre desvio de recursos liberados pela União para estados e municípios durante a pandemia.
“Eu acho importante esse depoimento. Eu acredito que é uma peça-chave tanto para esclarecer a questão das negociações da Covaxin. Acho que vai ser um dia especial para gente buscar toda a verdade”, disse o senador.
No último dia 15, Aziz chegou a dizer que o ministro é um “prevaricador”: “Wagner Rosário é um prevaricador. Ele tem que vir mesmo aqui [na CPI]. Como ele sabia que Roberto Dias [ex-diretor de Logística da pasta federal] estava operando dentro do Ministério da Saúde e não tomou providência? Ele tem que explicar”, afirmou.
A declaração foi feita durante depoimento à CPI de Marconny Faria, apontado pelas investigações da comissão como um lobista da Precisa Medicamentos junto ao Ministério da Saúde.
O suposto lobista disse à CPI que a CGU realizou operação de busca e apreensão na casa dele em outubro de 2020. Aziz pediu ao relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL) que o nome de Rosário entre no relatório final pelo crime de prevaricação.
Segundo o Código Penal brasileiro, o crime de prevaricação se configura quando um funcionário público "retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal".
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