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Reprodução/Unsplash
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Shamima Begum, de 22 anos, - ex-participante do Estado Islâmico (EI) - fugiu de sua casa no Reino Unido aos 15 anos de idade em direção a Haqqa, na Síria. Agora, seis anos depois, ela luta pelo direito de retornar à Grã-Bretanha após sua cidadania ter sido revogada em 2019 pelo Ministro do Interior, Sajid Javid.

Segundo o direito internacional, não se pode revogar a cidadania de alguém deixando-a apátrida. Sajid Javid, no entanto, alegou que Shamima não estaria nessa condição, já que tem direito à cidadania de Bangladesh. Recentemente, o Estado de Bnagladesh veio à público informar que Begum não é considerada cidadã no país.

Atualmente morando em um acampamento para refugiados na Síria, Begum está na Justiça para retornar à Inglaterra a fim de ter um julgamento justo. Segundo a Shamima, ela seria incapaz de se defender sem estar presente nos tribunais, onde ela pode ser ouvida. Seu pedido está dividindo opiniões no país, mas o governo inglês já afirmou que não irá autorizar a volta, justificando que Shamima Begum é uma ameaça à segurança pública. O julgamento está suspenso.

Em entrevista dada ainda esse mês ao portal de notícias BBC News, Shamima disse estar extremamente arrependida de sua decisão. Ela alega ter sido manipulada pelo Estado Islâmico a acreditar que se juntar ao grupo terrorista seria a única forma de viver seguindo as orientações corretas do Islã e do Alcorão. Shamima também afirma que, enquanto viveu sob o regime do EI, não tinha notícias do mundo ocidental.

Ainda na entrevista, Begum demonstrou que pode ser útil para o combate ao terrorismo, se colocando disponível para ser porta-voz contra radicalização e recrutamento de adolescentes para grupos como o Estado Islâmico.

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A trajetória de Shamima Begum

Em fevereiro de 2015, Shamima Begum, então com 15 anos, fugiu de sua casa em Londres com outras duas amigas, Kadiza Sultana e Amira Abase, para se juntar ao grupo terrorista Estado Islâmico e tornar-se uma “noiva adolescente do EI” (ou “ISIS teenage bride”). As três meninas estudavam na mesma escola em Londres, localizada no bairro Bethnal Green, um reduto conhecido por abrigar muitas famílias de Bangladesh, como a de Shamima.

As três embarcaram em um voo no Gatwick Airport, em Londres, com destino à Tunísia. A partir daí, chegaram à Síria, onde uma guerra civil estava - e está- sendo travada. Um dos expoentes do conflito eram os jihadistas (militantes) do Estado Islâmico que, em determinado momento, controlavam uma área considerável - o equivalente ao Estado de São Paulo - entre a Síria e o Iraque.

Nas entrevistas dadas por Begum depois de ter sido encontrada em 2019, ela alegou que não sabia das atrocidades cometidas pelo EI até se juntar ao grupo, e que buscava apenas se casar, ter filhos e viver uma vida pura em relação aos ensinamentos do Alcorão.

Shamima de fato se casou com o militante holandês Yago Riedijk. Ela também relatou nas entrevistas de 2019, enquanto estava grávida, que já tinha dado à luz a outros dois bebês que morreram. O terceiro também veio a falecer em decorrência de uma pneumonia.

Em 2017, Londres sofreu um ataque terrorista pelo qual o EI assumiu autoria. Um bombardeio durante o show da cantora Ariana Grande em Manchester deixou 22 mortos - incluindo crianças - e mais de 100 feridos. Na época, Shamima se pronunciou sobre os ataques e os justificou como “retaliação” aos bombardeios britânicos em território sírio. Essa declaração não foi bem vista pela população inglesa, sendo um dos argumentos principais para que Begum não retorne ao RU.

Na quarta-feira (15), Shamima deu uma entrevista ao programa britânico Good Morning Britain. Muitos espectadores ficaram frustrados com a aparição da jovem. Durante a conversa, Begum reiterou estar extremamente arrependida, ser completamente contra o EI e as condições de medo que foi obrigada a viver durante seu regime. Disse ainda que nunca foi combatente ou cometeu “atitudes perigosas", e fez um novo pedido para que o Estado inglês a deixe retornar.

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