A fala da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015 sobre “estocar vento”, durante uma entrevista coletiva nas Nações Unidas sobre formas de energia limpa, gerou memes e piadas pelas redes sociais, no entanto, a teoria não é nada fora da realidade. Na verdade, ela existe e fará parte de um projeto no estado do Rio Grande do Norte.

Nesta terça-feira (21), o governo assinou um Memorando de Entendimentos (MoU) com a EV Brasil, representante da empresa suíça Energy Vault AS, para o desenvolvimento de uma iniciativa para o armazenamento gravitacional de energia verde de grande escala e longo prazo. O conceito basicamente se refere à estocagem da energia eólica.

O CEO da EV Brasil, João Fernandes, explica que a tecnologia de armazenamento de energias limpas é importante visto que fontes como a eólica e a solar são intermitentes, ou seja, nem sempre há vento ou luz solar para gerar eletricidade. “Isso exige o desenvolvimento de soluções de armazenamento confiáveis ​​e flexíveis. Nossa solução tem uma eficiência de ciclo energético de 80 a 85%, uma vida útil de mais de 35 anos, sem geração de resíduos químicos e sem degradação de sua capacidade de armazenamento ao longo do tempo”, comenta.

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De acordo com a empresa, o potencial do projeto gira em torno de 400 a 600 megawatts de energia verde gerada no Rio Grande do Norte até 2024.

“O Rio Grande do Norte continua liderando o ranking nacional de geração eólica e agora assume mais uma posição de vanguarda, tornando-se o primeiro estado brasileiro e um dos primeiros da América Latina a adotar novas soluções tecnológicas para armazenamento de energia em larga escala”, declarou a governadora Fátima Bezerra (PT).

A tecnologia para a estocagem da energia produzida forma eólica elaborada pela Energy Vault recebeu o prêmio 'Technology Pioneer 2020' do Fórum Econômico Mundial (Davos) e funciona com a utilização de blocos de concreto ​​empilhados em torres de até 120 metros de altura para armazenar energia potencial gravitacional.

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