Mendonça afirma que democracia brasileira foi conquistada sem 'sangue derramado'
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-advogado-geral da União é avaliado para assumir vaga deixada pelo ministro Marco Aurélio no STF
01/12/2021 13h44
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública André Mendonça disse nesta quarta-feira (1º) durante sabatina no Senado Federal, que a democracia no Brasil não foi conquistada com “sangue derramado”.
A declaração foi dada após Mendonça ser questionado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) sobre a opinião do sabatinando a respeito das falas antidemocráticas do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Eu disse na fala inicial: a democracia é uma conquista da humanidade. Para nós, não, mas, em muitos países, ela foi conquistada com sangue derramado e com vidas perdidas. Não há espaço para retrocesso. E o Supremo Tribunal Federal é o guardião desses direitos humanos e desses direitos fundamentais", respondeu Mendonça
A fala do indicado para a vaga de Marco Aurélio no Supremo Tribunal Federal desconsiderou as mortes e tortura ocorridas durante o regime militar no país.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão que apura os crimes cometidos durante o governo, apontou pelo menos 434 pessoas mortas ou desaparecidas.
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) contestou a fala do ex-ministro: "434 mortos, milhares de desaparecidos, 50 mil presos, 20 mil brasileiros torturados, 10 mil atingidos por processos e inquéritos, 8350 indígenas mortos. O deputado federal Rubens Paiva, quando fez discurso em defesa do presidente João Goulart, teve seu mandato cassado, casa invadida. Foi preso e torturado até morrer. Nossa democracia, senhor André, também foi construída em cima de sangue, mortes e pessoas desaparecidas. É inaceitável negar a história", disse Contarato.
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