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Após morte de Moïse, presidente da Comunidade Congolesa no Brasil cobra mudanças no sistema

Fernando Mupapa falou o que sabe sobre o crime e sobre o jovem congolês


11/02/2022 22h15

No dia 24 de janeiro, um crime chocou o Rio de Janeiro e o Brasil. Um congolês de apenas 24 anos de idade foi vítima de uma sequência de agressões e morreu após cobrar seu salário, que estava atrasado segundo a família.

Leia mais: Polícia do Rio de Janeiro investiga assassinato de congolês em quiosque

Desde 2014 no país, Moïse Kabagambe trabalhava em um quiosque localizado no posto 8 da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O corpo dele foi encontrado amarrado em uma escada.

O assassinato gerou revolta por parte de imigrantes e da família, que organizaram manifestações pedindo justiça. O Estação Livre conversou com o presidente da Comunidade Congolesa no Brasil, Fernando Mupapa, que contou o que sabe do crime.

Segundo Fernando, Moïse trabalhava no quiosque há 4 anos e sempre era pago pela metade, por isso decidiu cobrar a dívida.

“Ele foi chamado para trabalhar e antes de sair disse que o patrão teria que pagar todo o dinheiro. Aí, aconteceu essa barbaridade, agressões até matar o garoto”, disse.

Mupapa cobra mais segurança e melhores condições aos imigrantes:

“Tem que mudar o sistema. Se a mãe desse garoto tivesse recebido melhores condições, talvez ele não estaria vendendo na praia, estaria estudando para ter outro emprego digno”, afirmou.

Ainda de acordo com ele, Moïse era uma pessoa generosa e simpática, em resposta a argumentos como o do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que chamou o jovem congolês de “vagabundo”. "Não era briguento, não era um drogado nem bêbado, como estão falando para livrar os criminosos de alguma forma e justificar esse crime bárbaro”, contou Mupapa.

Veja a reportagem completa:

Leia também: Imigrante relata xenofobia por parte da Polícia Federal brasileira: “Está trazendo a África pra cá?”

Assista ao programa na íntegra:

O programa Estação Livre é apresentado pela jornalista e empreendedora Cris Guterres, considerada pela revista Forbes uma das criadoras de conteúdo mais inovadoras de 2020. Feita por uma maioria de mulheres pretas, a atração tem a missão de valorizar a cultura negra, a rica diversidade do Brasil e trazer a sociedade para repensar e ajudar a reconstruir um país mais justo para todos.

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