No Estação Livre desta semana, Cris Guterres recebeu a diretora de criação e escritora Deh Bastos e a atriz Isabel Fillardis para falar sobre as diversas facetas da maternidade, às vésperas do Dia das Mães.
Deh Bastos contou sua experiência durante a gestação e relatou diversos preconceitos que sofreu, dificultando ainda mais este momento de fragilidade da mulher.
“Se a gente pensa que o Brasil é um dos países mais racistas que existem e que as mulheres mais sofrem violência obstétrica, juntando as duas coisas é um cenário muito hostil para as mulheres pretas. Eu sofri racismo obstétrico durante o processo. A médica, em uma expressão muito hostil, disse que eu teria que tirar ‘isso’ da cabeça, se referindo às minhas tranças”, disse a escritora.
Além do preconceito racial, ela relatou outras discriminações no hospital:
“Eu sofri gordofobia, quase caí da maca, porque não cabia nela. Sofri racismo, porque uma médica virou pra mim e disse pra tirar ‘isso’ do meu cabelo. Sofri negligência médica, porque queria esperar mais um tempo para o meu filho nascer e não podia.”
Segundo Deh Bastos, as mulheres pretas precisam de um olhar acolhedor durante a gestação, porque todas as violências são somadas e colocadas em um corpo vulnerável.
“É linda (a gestação), é maravilhoso, meu filho é o Sol da minha vida, mas a minha gravidez foi um dos piores momentos da minha vida. Foi muito difícil”, afirmou a escritora.
Veja o trecho completo:
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Assista ao programa na íntegra:
O programa Estação Livre é apresentado pela jornalista e empreendedora Cris Guterres, considerada pela revista Forbes uma das criadoras de conteúdo mais inovadoras de 2020. Feita por uma maioria de mulheres pretas, a atração tem a missão de valorizar a cultura negra, a rica diversidade do Brasil e trazer a sociedade para repensar e ajudar a reconstruir um país mais justo para todos.
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