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Ao encerrar o cadastro eleitoral para as eleições de outubro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) celebrou a superação de novos títulos registrados. “Foram dois milhões de jovens, e isso é bastante em comparação aos outros anos, mas onde estão os outros [votantes]?” questiona Francisco Fonseca, professor de ciências políticas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 

Em nota, o presidente do Tribunal, ministro Edson Fachin, comentou sobre os novos eleitores e ressaltou a importância de “exercer o nobre e digno direito do voto”.

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Em conversa para o site da TV Cultura, Wesley Pedroso, de 16 anos, estudante da Escola Técnica Estadual (ETEC) Irmã Agostina, disse que o grêmio de seu colégio organizou uma campanha nos primeiros meses do ano para incentivá-los a tirar o Título de Eleitor. “Eu acredito que a política é base da sociedade, e acho muito importante ser debatido, pesquisado sobre candidatos”, responde.

O professor Francisco Fonseca explica que há um movimento de descontentamento com a política brasileira. Ele afirma que o jovem (de 16 a 18 anos) não se sente parte do processo eleitoral e “acaba criando uma inércia dessa geração, de não ter esperança, perseverança de mudar”. Vinicius Cantafio, de 16 anos, não tirou o título, “dos meus colegas mais próximos, da minha idade, a maioria não tirou também”. Cantafio explica que grande parte dos seus colegas não vê importância nas questões políticas do país e preferiram deixar para tirar o Título de Eleitor quando estiver em caráter obrigatório.

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“Pra mim, o voto é uma maneira indireta de você governar o Brasil, porque você elege aqueles que te representam, os que vão tomar as decisões por você”, diz o outro jovem, Wesley Pedroso. O cientista político Francisco Fonseca afirma que a retomada dos adolescentes a causas e questões de dentro das políticas públicas é uma tendência certeira e muito significativa para as eleições “afinal, são dois milhões de votos a mais”.

O que esperam para outubro

O professor Fonseca relembra o quanto a juventude foi importante no movimento das Diretas Já – de cunho popular, que teve como objetivo a retomada das eleições ao cargo de presidente da República no Brasil, durante a ditadura militar brasileira, nos anos 80. Ele afirma que a inércia se deu por conta de nichos ideológicos que foram criados, mas que os próprios Órgãos Eleitorais estão na tentativa de desconstrução.

As redes sociais do TSE e do TRE conversaram de forma mais direta com os jovens, e a mobilização nacional para o registro do Título contou com a parceria de diversos influenciadores digitais, clubes de futebol, organizações da sociedade civil e instituições públicas e privadas.

“Eu tirei meu título pensando em mudar a presidência”, diz Wesley Pedroso. “Eu não gosto do atual governo”, comenta Vinicius Cantafio, e complementa: “gostaria que o próximo olhasse mais para o país, espero que em outubro isso mude”.

A esperança de uma juventude mais politizada fez uma movimentação dentro das redes e deixou especialistas esperançosos com as decisões das urnas. “Os jovens sentiram o descaso do governo, e sentiram na pele. Acredito que isso tenha um peso e que esteja na hora de mudar”, finaliza o cientista político Francisco Fonseca.