Em uma entrevista a um canal no YouTube, o presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu que ameaçou transferir um médico militar que não quis receitar hidroxicloroquina quando ele testou positivo para a Covid-19 em julho de 2020.
“Quando senti o problema, né, chamei o médico. Falei: 'Ó, tô com os sintomas'. Estava brocha. Daí ele falou: 'Tá com todos os sintomas’. E ele falou para mim: 'Tá com sintomas, vamos fazer o teste'", declarou.
Ele continuou contando a história e disse que pediu para tomar o remédio, que não possui eficácia contra a doença.
"Falei: 'Me traz aquele remédio'. 'Não, não, não'. 'Médico militar, eu sou capitão'. 'Não, não, não'. Eu falei: 'Traz o remédio porque o exame só vai sair o resultado amanhã, pode ser tarde demais'. 'Ah, mas protocolos nossos'. Falei: 'Traz o remédio ou te transfiro para a fronteira agora, democraticamente'. Pronto. Tomei, e no dia seguinte estava bom. Pô, cara, se esperar mais um tempo, já era", contou Bolsonaro.
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O presidente revelou a história em uma conversa com apoiadores, que foi para o ar nesta terça-feira (28). Mas, segundo a agenda oficial dele, o conteúdo foi gravado em 24 de maio.
Na época em que teve Covid-19, o presidente afirmou que chegou a ter febre de 38 graus. Relatou também que sentiu mal-estar e cansaço.
Durante toda a pandemia, ele defendeu o uso da cloroquina e outros medicamentos que não tem qualquer eficácia contra a doença.
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