O ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães, se irritou com funcionários após descobrir uma mudança no regimento interno que, na prática, o faria perder mais de R$ 100 mil por mês. É o que revela áudio obtido pela coluna de Rodrigo Rangel, do portal Metrópoles.

Uma resolução aprovada por executivos em 2021, estabelecia um limite da sua participação em conselhos de subsidiárias da instituição e de empresas privadas das quais o banco é sócio.

Leia também: Protocolos de adesão para Finlândia e Suécia são assinados por países da Otan

De acordo com a reportagem, Guimarães integrou cerca de 18 conselhos, que lhe renderam mais de R$ 130 mil mensais em jetons (uma espécie de gratificação pelo trabalho extra). O valor se somava ao salário de R$ 56 mil que ele recebia como presidente.

No áudio ele pede que sua chefe de gabinete, Rozana Alves, o assessor Álvaro Pires e o vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa, Celso Leonardo Barbosa, façam um levantamento de tudo o que foi feito nos últimos três anos, "porque nego está me fod*, nego vai me fod*".

Barbosa anunciou que deixaria o cargo na última sexta-feira (1º), após citarem seu nome nas denúncias contra Pedro, que é investigado sob sigilo após reportagem divulgar denúncias de assédio sexual de funcionárias da empresa contra ele na última terça-feira (28).

Enquanto ainda estava na presidência, em um evento na quarta-feira (29) e sem citar as acusações, ele afirmou que sua vida é “pautada pela ética”. "Eu quero agradecer a presença de todos vocês, a minha esposa. Acho que de uma maneira muito clara... São quase 20 anos juntos, dois filhos, uma vida inteira pautada pela ética".

Leia também: Mario Frias é internado na UTI após quadro de infarto agudo

Ao Metrópoles, o advogado que o representa, José Luis de Oliveira Lima, afirmou que ele não devolveu o dinheiro citado no áudio. "Ele não tinha que devolver nada, pois tudo estava dentro da lei".