Fundação Padre Anchieta

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Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem o Mal de Parkinson. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com a doença.

Recentemente a produtora do cineasta Lars Von Trier informou que ele foi diagnosticado com o Mal de Parkinson. De acordo com o comunicado, ele está "de bom humor e sendo tratado dos sintomas".

Diretor de filmes como "Dançando no escuro", “Dogville” e "Anticristo", irá participar do lançamento de "The Kingdom Exodus", terceira temporada da série de TV dinamarquesa "The Kingdom", no Festival de Veneza.

O Mal de Parkinson é uma doença neurológica, crônica e progressiva, sem causa conhecida, que atinge o sistema nervoso central e compromete os movimentos.

Em entrevista ao site da TV Cultura, o neurologista Diego Dorim explica que ainda não se sabe claramente o que leva uma pessoa a ter a doença. “Essa fisiopatologia, que são as degeneração dos neurônios dopaminérgicos, venha pelo acúmulo de algumas proteínas no sistema nervoso central e que isso pode ter alguma hereditariedade, mas hoje não podemos afirmar claramente que se você tem algum familiar que teve a doença de parkinson, obrigatoriamente você terá também”.

A dopamina é um neurotransmissor que atua de diferentes formas no sistema nervoso, estando relacionada, por exemplo, com o humor e o prazer. Danos às células nervosas do cérebro fazem com que os níveis de dopamina caiam, causando os sintomas de Parkinson.

O doutor diz que a doença afeta principalmente a população a partir dos 60 anos, mas que também pode afetar pessoas de outras faixas etárias. 

Sintomas

Dorim aponta que o sintoma perceptível é a lentificação dos movimentos. “Isso pode estar associado a tremores, uma rigidez das articulações e uma instabilidade postural com tendência a quedas que pode ocorrer em atividades diárias”.

De acordo com o neurologista, a doença pode começar antes mesmo das primeiras manifestações motoras, que são as principais do parkinson. “Ter alterações do sono e intestinais, pode ter quadros depressivos e ociosos e depois de 20 anos mais ou menos aparecer os primeiros sinais motores”.

“Essa degeneração dos neurônios produtores de dopamina na região que chamamos de mesencéfalo, ela vai sendo progressiva e à medida que mais neurônios vão sendo perdidos, mais as alterações relacionadas ao distúrbio motores vão aparecendo”, destaca.

Como é feito o diagnóstico

“O diagnóstico da doença é feito de forma clínica em consulta com o neurologista para uma avaliação do paciente, exames laboratoriais e ressonância magnética também vão ajudar, esses exames apenas ajudam no diagnóstico diferencial para excluir a possibilidade de outras doenças”, explica o médico.

Tratamento

Segundo o doutor, a doença não tem cura e o tratamento inicial é através de medicamentos que podem levar a uma melhora importante dos sintomas. “ A medicação é semelhante à dopamina que vão controlar principalmente os sintomas motores. Em casos extremos, há possibilidade de fazer uma cirurgia com uma estimulação elétrica cerebral e com ela é possível também controlar sintomas motores”.

“O tratamento das outras condições que se associam como a depressão, constipação intestinal, sensação de desmaios, alterações do sono, também podem ser feitos com uso de medicamentos”, conclui.