Eventos adversos na infância aumentam o risco de morte precoce, diz estudo
A pobreza, combinada com outros fatores negativos, pode afetar a longevidade das pessoas
25/08/2022 11h16
Um estudo do National Institutes of Health, conjunto de centros de pesquisa nos Estado Unidos, mostrou que alguns tipos de adversidades nos primeiros anos de vida, está associada a uma chance maior de morte precoce.
No detalhamento do trabalho, publicado no “The Lancet Regional Health – Americas”, crianças que, além de pobres, viviam em moradias inadequadas, tinham risco de morte precoce aumentado em 41% se comparadas com as que se encontravam num ambiente estável. Se o agravante à pobreza fosse a separação dos pais, o percentual subia para 50%.
O estudo foi realizado com mais de 46 mil pessoas. Os participantes eram filhos de mulheres que participam do projeto Collaborative Perinatal que cobriu um período de cinco décadas. Os pesquisadores compararam os registros dessas crianças, nascidas entre 1959 e 1966, e acompanhadas até os sete anos, com as mortes ocorridas no grupo entre 1979 e 2016.
“O estudo vai nos ajudar a entender o peso das experiências nos primeiros anos da existência na saúde humana. No longo prazo, esperamos desenvolver estratégias e intervenções para reduzir a exposição a essas adversidades”, afirmou o principal autor da pesquisa, Stephen Gilman.
As classificações para as dificuldades enfrentadas são:
- Baixa: sem registro de incidente adverso significativo – 48%
- Negligência e castigos físicos ou abusos emocionais provocados pelos pais – 4%
- Instabilidade familiar, como divórcios, morte de pai, mãe ou irmão, mudanças frequentes de residência – 9%
- Pobreza combinada com condições de superlotação de moradia – 21%
- Pobreza combinada com separação dos pais, ajuda assistencial – 19%
O risco de morte precoce aumentava em 27% para indivíduos com pelo menos duas experiências adversas; subia para 29% para três eventos; e alcançava 45% para os que sofriam quatro.
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