Artemis I e os próximos passos da humanidade rumo a Lua
Lançamento agendado para a manhã desta segunda-feira (29) foi adiado em razão de problemas técnicos
29/08/2022 17h41
O lançamento da missão não tripulada Artemis I, até então previsto para esta segunda-feira (29), foi adiado por conta de problemas envolvendo o hidrogênio líquido no terceiro motor do foguete Orion. Agora a NASA espera realizar o lançamento na próxima sexta-feira (2), ou caso surjam novos imprevistos, na segunda-feira (5) da semana que vem.
O projeto irá solidificar os primeiros passos da presença humana na Lua nas próximas décadas e irá contar com o “Space Launch System” (“sistema de lançamento espacial” em tradução livre), o SLS, uma espécie de evolução do ônibus espacial.
Em entrevista a TV Cultura, Pedro Loos, host do canal Ciência Todo Dia, disse acreditar que “a Lua é nossa porta de entrada para o Cosmos”. “Este voo irá estabelecer toda a base para começarmos a fazer missões tripuladas, porque a partir do momento que ele dá certo, a previsão é que em 2025 pousaríamos os primeiros seres humanos da ‘geração Artemis’ na Lua. Lançando um veículo por ano, que é o esperado, até o final dessa década teríamos toda a estrutura para manter uma base permanente em orbita da Lua”, conclui o apresentador.
A Artemis I terá duração de 42 dias, 3 horas e 20 minutos de acordo com informações da NASA. A distância da viagem é estimada em 2,1 milhões de quilômetros. Com o adiamento do lançamento, a data de retorno deve ser alterada; anteriormente estava marcada para 10 de outubro.
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Mestre em Engenharia de Sistemas Espaciais pelo instituto francês ISAE-SUPAERO, o também empresário Lucas Fonseca possui vasta experiência no setor aeroespacial e liderou a missão Garatéa, que teve como objetivo explorar condições extremas que possam suportar vida no espaço. Questionado sobre o projeto Artemis, o engenheiro destaca o tópico da sustentabilidade que envolve o novo programa lunar.
“Diferente das missões Apolo que estavam em meio a corrida espacial e uma questão geopolítica muito forte, hoje se preza muito mais pela sustentabilidade econômica da atividade. Ir para a Lua não é só uma questão exploratória, queremos ficar de vez em um ambiente próximo ao satélite natural e ao mesmo tempo tornar tal mudança sustentável a longo prazo”, comenta Lucas.
Lucas destaca que nas próximas décadas será possível observar de fato essa evolução no cenário das explorações espaciais. “Em 15, 20 anos essa mudança deve estar estabilizada e temos motivos suficientes para acreditar que uma economia além da Terra pode ser viável, principalmente por conta da captação de recursos minerais e naturais que podem ser encontrados não só em Asteroides, mas na Lua também”.
O empresário conclui o fio com os próximos passos do projeto da NASA. “Em seguida haverá a Artemis II, que será uma missão tripulada que viajará até a Lua, mas não irá pousar. Posteriormente, devemos ver o pouso de astronautas no satélite natural na missão Artemis III. O próprio nome da missão leva todo um simbolismo, já que Artemis é o nome da deusa grega irmã de Apolo, este que intitulou as primeiras jornadas para a Lua no século passado”.
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