Médico acusado de deixar paciente iraniana cega após cirurgia plástica vira réu
Shirin Saraeian perdeu visão total do olho esquerdo e parcial do direito após abdominoplastia e lipoescultura em 2021
23/09/2022 11h08
A Justiça de São Paulo aceitou nesta semana denúncia do Ministério Público (MP) e tornou réu pelo crime de lesão corporal o médico Renato Tatagiba, de 50 anos, acusado de deixar uma paciente iraniana cega após uma cirurgia plástica na barriga, em 2021. O profissional responde ao processo por liberdade.
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Tatagiba é acusado de lesão corporal por dolo eventual, quando se assume o risco de causar dano a alguém. De acordo com o processo, o cirurgião plástico deixou a executiva Shirin Saraeian, de 41 anos, sem a visão total do olho esquerdo e parcial do direito depois de passar por abdominoplastia e lipoescultura.
A cirurgia plástica foi realizada em 30 de abril de 2021, no hospital Saint Peter, em São Paulo. Segundo a acusação, a iraniana, naturalizada brasileira, conta que conheceu o médico pelas redes sociais e pagou R$ 60 mil pela operação. Ela recebeu alta no dia seguinte, após o procedimento.
Shirin ficou cega devido a uma “neuropatia óptica isquêmica”, um tipo de lesão dos nervos ópticos causada pela obstrução do suprimento de sangue. O quadro é irreversível.
Laudo pericial do Núcleo de Clínica Médica do Instituto Médico Legal (IML) concluiu ainda que essa falta de circulação sanguínea ocorreu em razão de uma “anemia aguda”. Segundo os peritos, o doutor Tatagiba não diagnosticou essa condição porque deixou de dar assistência médica adequada a Shirin.
O site da TV Cultura entrou em contato com o médico Renato Tabagiba, mas não houve retorno até o momento.
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