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"A religiosidade para a cultura africana é familiar e regional", conheça as origens da Umbanda

A religião agrega influências africanas, indígenas, kardecistas e aspectos do catolicismo


15/11/2022 14h15

Neste 15 de novembro é comemorado o Dia Nacional da Umbanda, religião de matriz africana e indígena com influência do catolicismo e kardecismo, de Allan Kardec.

No aspecto histórico, é importante distinguir as religiões originárias do continente africano e aquelas que foram resultado do sincretismo religioso no Brasil, na época em que os escravos chegaram ao país, no início do século XV.

As religiões africanas e afro-brasileiras são diferentes entre si, no entanto, o objetivo é o mesmo, alcançar o autoconhecimento e buscar a conexão com uma força superior, como Olorum ou Zambi, nomes que representam Deus. Muitas vezes esquecemos que antes da colonização, já existia uma religião nativa dos índios, na qual eles cultuavam divindades como Tupã e Nhanderu. Tupã é o sopro de deus, que dá a vida, Jaci seria a lua e as águas, e Nhanderu seria a força suprema”, explica Paulo Ludogero, pai de santo e criador de conteúdo no YouTube, onde disserta mais sobre o tema em seu canal.

Vale destacar que os umbandistas realizam essa conexão com o plano espiritual através da mediunidade junto a seus guias, como Caboclo, Preto Velho, Boiadeiro, Marinheiro e Cigano, cada um destes representando um arquétipo e virtudes diferentes.

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Já na relação do catolicismo com a umbanda, um dos poucos elementos reconhecidos por não participantes da religião é a associação com os santos da bíblia, novamente em razão dos valores que carregam. “Jesus é semelhante a Oxalá, São Sebastião a Oxóssi, São Jorge a Ogum, Santo Antônio a Exu, São Jerônimo a Xangô”, comenta Paulo.

Adriano Camargo, sacerdote do terreiro Templo Escola de Umbanda: Ventos de Aruanda, em São Bernardo do Campo, destaca um dos motivos pelos quais nasceram as religiões de matriz africana no Brasil. “A religiosidade para a cultura africana é familiar e regional. Quando trazidos para as fazendas de engenho, negros de diferentes etnias, grupos linguísticos e crenças acabaram sendo reunidos e mesclaram suas crenças em uma direção só”.

Ainda nessa linha, o também escritor brinca, “se você perguntar para um africano não religioso ‘qual a religião da África?’, ele vai responder ‘mas de qual África você está falando? África do Sul? África Central? África Subsaariana?”

Os dois umbandistas recomendam que as pessoas interessadas na religião, conheçam pessoalmente os terreiros de umbanda. “Digo que a partir do momento em que você sente o corpo arrepiar, é incontestável. Meu conselho é que as pessoas devam ir no terreiro pessoalmente, para saber como é aquele ambiente”, conclui Paulo.

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