Ministério da Saúde declarou nesta sexta-feira (20) emergência de saúde pública diante das condições sanitárias do povo indígena Yanomami. A portaria foi publicada em edição extra do Diário Oficial após registros da casos de desnutrição infantil e malária.

Com o estado de emergência decretado, será criado o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE - Yanomami) como mecanismo nacional da gestão coordenada da resposta à emergência no âmbito nacional. A administração será da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), em caráter de emergência.

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Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou o Comitê de de Coordenação Nacional para discutir e adotar medidas em articulação entre os poderes para prestar atendimento a essa população. O grupo deve apresentar um plano de ação de cuidados do povo Yanomami em até 45 dias.

Lula informou na tarde de hoje que irá até Roraima no próximo sábado (21) para prestar apoio à população local. Junto com as ministras da Saúde e dos Povos Indígenas, o presidente deverá chegar por volta das 10h30.

Situação das crianças Yanomami

Nos últimos quatro anos, as mortes de crianças com menos de cinco anos, que poderia ter sido evitadas, aumentaram quase 30%. Ao todo, 570 foram vítimas da falta de atendimento básico.

“Nos últimos anos, o que a gente viu foi uma redução da equipe trabalhando em área. Então, doenças que são tratáveis, e que poderiam facilmente resolvidas, evoluem pra quadros mais graves. Gripe se transforma em pneumonia justamente por essa ausência de atendimento primário”, explica Estevão Senra, geógrafo do Instituto Socioambiental.

Além da falta de alimento, também há as doenças trazidas por garimpeiros invasores. Segundo os próprios indígenas, quase três mil casos de malária foram registrados nos últimos anos.

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