Rússia estuda proposta de Lula para paz na Ucrânia, diz vice-ministro de Relações Exteriores
Mikhail Galuzin elogiou a "política equilibrada" do Brasil, em entrevista à agência de notícias russa
23/02/2023 16h05
O governo da Rússia avalia as propostas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para mediar a guerra na Ucrânia e cessar o conflito, que completa um ano nesta sexta-feira (24). A informação foi anunciada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, em entrevista à agência de notícias russa TASS, divulgada nesta quinta-feira (23).
Segundo o vice-chanceler, Moscou está ciente das declarações do presidente Lula sobre a questão. O petista defende a necessidade de falar de paz e se opõe enfaticamente ao envio de armas, munições ou outras tecnologias bélicas ao governo de Volodymyr Zelensky.
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"Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada [da guerra] na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os envolvidos" afirmou, Galuzin.
De acordo com o representante russo, o país "aprecia" o fato de o Brasil não fornecer armas à Ucrânia, apesar de manterem a política da boa vizinhança com os Estados Unidos, e estudam propostas para cessar guerra.
O Brasil condena desde o início a invasão russa na Ucrânia, mas mantém uma posição diferente da defendida por americanos e europeus. Washington e seus aliados enviam armas essenciais para os ucranianos em sua resistência e impuseram uma enxurrada de sanções com o fim de minar as capacidades russas de financiar sua ofensiva militar.
A política externa brasileira foi de não isentar Moscou por seus ataques ao país vizinho, mas de buscar uma saída negociada.
Lula, desde que tomou posse, apresenta-se como um possível mediador e, por proposta do governo brasileiro, uma resolução que deve ser aprovada pela Assembleia Geral da ONU, inclui menção expressa à necessidade de obter “uma paz abrangente, justa e duradoura”
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