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Reprodução/Flickr/Governo do Estado de São Paulo
Reprodução/Flickr/Governo do Estado de São Paulo

As chuvas no litoral norte paulista, que afetaram as vidas de milhares de pessoas no último final de semana, estão diretamente ligadas as mudanças climáticas. Quem garante isso é o climatologista e pesquisador Carlos Nobre. Em entrevista exclusiva ao jornalismo da TV Cultura, ele explica como as duas coisas estão interligadas e os riscos para eventos climáticos extremos com mais frequentes.

“Estamos vendo, todo ano, que os extremos climáticos estão sendo quebrados. A frequência com que eventos climáticos extremos estão acontecendo é muito maior. Globalmente falando, nós já temos 30% mais de extremos climáticos de chuvas. Na América do Sul Tropical, esse número já subiu e bateu os 50%. Ondas de calor já registraram um aumento de 70%, assim como as secas. Isso tudo já é devido o aquecimento global”, afirma o especialista.

Diante desse cenário, ele afirma que será muito complicado os países cumprirem os acordos do Tratado de Paris, que é limitar o aumento de 1,5ºC da temperatura global até 2030. Dessa maneira, os eventos climáticos extremos devem aumentar.

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Com a previsibilidade desses casos, Nobre alerta para a necessidade de educar a população e criar sistemas para ajudar a vida das pessoas.

“Nós temos em muito municípios do Brasil sistemas mais avançados [do que São Sebastião] para salvar vidas. A região Serrana do Rio de Janeiro por exemplo. Santos, Rio de Janeiro, Salvador e Vitória também. Esses são sistemas que, em todas as áreas de risco, possuem sirenes. Assim, quando a Defesa Civil recebe o alerta, ela já dispara o alarme antes do desastre acontecer”, explica.

De acordo com o climatologista, unindo o sistema de alarme e a educação da população sobre os riscos, é possível salvar muito mais vidas. Mas, para ter sucesso, é preciso aplicar essa estratégia imediatamente.

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