O Roda Viva desta segunda-feira (27) entrevista o advogado argentino Luis Moreno Ocampo, retratado no filme “Argentina, 1985”.
O jornalista Weslley Galzo pergunta se há a possibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro ir ao júri do Tribunal de Haia por genocídio contra o povo indígena Yanamomi. Ocampo já trabalhou na Corte e pode fazer uma análise profunda. Antes de dar seu veredito, ele compara a situação brasileira com a do Sudão.
“Pedi a prisão do presidente do Sudão por genocídio. Tinha provas que ele havia recrutado milícias, as havia incorporado ao exército, e que esse exército havia cercado as pequenas aldeias das tribos que ele queria exterminar. Atacavam com bombardeio aéreo e depois as milícias entravam para queimar as casas, estuprar mulheres, matar homens e, para deixar a área deserta, destruíram o sistema de fornecimento de água. Isso é genocídio”, explica o advogado.
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Na visão do jurista, a questão sobre a postura de Bolsonaro contra os Yanomami é mais complicada, pois está mais dentro de uma esfera política do que criminal. Ao analisar o caso brasileiro, ele não enxerga ações diretas do governo para exterminar a população indígena.
“Vocês não têm um processo de genocídio contra o Bolsonaro. Eu acho que não”, finaliza.
Assista ao programa completo:
Participam da bancada de entrevistadores Alberto Gaspar, apresentador do programa Legião Estrangeira, da TV Cultura, Janaína Figueiredo, repórter especial do jornal O Globo, Sylvia Colombo, colunista da Folha de S. Paulo e especialista em América Latina, Wallace Corbo, professor de direito constitucional na Faculdade Getúlio Vargas (FGV - Rio), e Wesley Galzo, repórter do jornal O Estado de S. Paulo, em Brasília.
Com apresentação de Vera Magalhães, o Roda Viva vai ao ar toda segunda-feira ao vivo, às 22h, na TV Cultura, site da emissora, canal do YouTube, Dailymotion, e nas redes sociais Twitter e Facebook.
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