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Após protestos contra autoritarismo de Macron, mais de 300 pessoas são presas na França

Em todo o país, mais de 50 mil cidadãos foram às ruas; governo invocou artigo para tomar decisões sem o aval do parlamento


17/03/2023 08h46

Mais de 300 pessoas foram presas na França durante os protestos da última quinta-feira (16). Os manifestantes são contra a medida autoritária do governo local de tomar decisões sem o aval do parlamento.

Latas de lixo, que não foram coletadas por conta da greve dos trabalhadores, foram incendiadas em Paris. Na capital francesa, milhares de pessoas foram às ruas de noite.

Apesar de os atos serem pacíficas, a polícia francesa utilizou gás lacrimogêneo e jatos de água dispersá-las. Manifestantes estavam na chamada Place de la Concorde, que fica perto da Assembleia Nacional.

De acordo com dados das autoridades locais, cerca de 10 mil pessoas foram aos protestos em Paris. Em todo o país, mais de 50 mil cidadãos foram reivindicar a democracia.

Entenda

Pela manhã, Emmanuel Macron alegou, em medida inédita, que invocará o artigo 49.3 da Constituição da França, que lhe permite aprovar reformas sem o aval do Poder Legislativo.

O comunicado foi feito horas antes das manifestações, logo após o senado francês aprovar uma nova versão do texto para a reforma da previdência no país.

Proposto por um comitê de 14 senadores, o texto seguiria para a análise dos deputados na Assembleia Nacional do país. A expectativa era de que o caso seja concluído ainda hoje.

A principal mudança do texto é a idade mínima para aposentadoria, que aumentará de 62 para 64 anos até 2030. A reforma também propõe que os trabalhadores tenham 43 anos de contribuição, diferente dos atuais 42.

Com a investida, o presidente da França poderá aprovar o aumento da idade para a aposentadoria no país sem a aprovação.

Macron teria promovido as respectivas mudanças para tornar a economia do país mais competitiva. Dois terços dos franceses, no entanto, são contrários à proposta do presidente, de acordo com pesquisas locais.

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