Fundação Padre Anchieta

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Reprodução/Flickr/Governo do Estado de São Paulo
Reprodução/Flickr/Governo do Estado de São Paulo

Os investimentos na área da saúde no Brasil não estão acompanhando as demandas da população por atendimento médica. O orçamento público é quem mostra isso. Em 2013, os investimentos somavam R$ 16 bilhões. Em 2023, o valor foi de apenas R$ 6 bilhões. Uma perda de mais de 50%, mesmo com a população aumentando e uma pandemia no meio do caminho.

Na visão do Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde, o problema no setor não se restringe ao corte de recursos, mas também na influência das emendas parlamentares.


“O grande problema das emendas é que o poder legislativo passa a decidir onde a União, o Ministério da Saúde, as Secretarias Estaduais vão colocar os recursos. E como critério é do deputado e do senador, nem sempre a alocação desses recursos correspondem as verdadeiras necessidades do povo”, explica.

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Uma das pessoas que sofrem com a falta de investimento é Dona Lúcia. Após de aposentar, não conseguiu manter o plano de saúde e passou a depender do SUS. Apesar dos elogios ao sistema, reclama do tempo e da rotatividade dos médicos.

“Acho os exames muito bons, mandam pro Santo Amaro, é muito bem feito. So que é muito demorado. Teria que ter mais recursos, mais médicos. Não tem estrutura para ter”, reclama a aposentada.

A demanda na saúde aumentou nos últimos anos por conta da pandemia e do crescimento populacional. Mas, o orçamento total da saúde ficou praticamente estagnado.

De acordo com dados do próprio governo, R$ 178 bilhões foram reservados para o setor da saúde em 2013, incluindo salários e manutenções em todo o país. Neste ano, o valor é de cerca de R$ 183 bilhões. Crescimento de apenas 2,5% sem considerar a inflação.

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“O impacto de um orçamento estagnado é que você não consegue cobrir tanto os custos correntes quanto os investimentos necessários pra ter um SUS acessível pra todo brasileiro”, afirma Arthur Aguillar, diretor de Políticas Públicas do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde.