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Reprodução/Nasa
Reprodução/Nasa

Pela primeira vez, o supertelescópio James Webb detectou no espaço um novo composto de carbono, essencial para a formação da vida. As imagens feitas pelo equipamento foram utilizadas por uma equipe de cientistas internacionais que fizeram a descoberta. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (16) pela agência espacial americana (Nasa).

Conhecida como cátion metil (CH 3 +), o composto auxilia na formação de moléculas mais complexas baseadas em carbono. A detecção foi feita em um sistema estelar jovem, com um disco protoplanetário, conhecido como d203-506, localizado na Nebulosa de Orion, a cerca de 1.350 anos-luz de distância da Terra.

Foto: Reprodução/Nasa


Surgimento da vida

Todos os elementos vivos possuem carbono em sua composição. Justamente por isso, a descoberta é significativa para entender como a vida se desenvolveu na Terra, se existe vida em outros planetas e como ela poderia se desenvolver no universo.

De acordo com Marie-Aline Martin-Drumel, da Universidade de Paris-Saclay, na França, membro da equipe científica, a excelente resolução espacial e espectral de Webb contribuem para o registro de fotografias que ajudam a explicar o funcionamento do universo.

“Essa detecção não apenas valida a incrível sensibilidade do Webb, mas também confirma a postulada importância central do CH 3 + na química interestelar”, destacou.

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Os cientistas acreditam que a maioria dos discos de formação de planetas passa por um período de intensa radiação ultravioleta (UV), o que pode explicar a existência da molécula neste ponto do universo. Entretanto, acreditava-se que a radiação UV destruiria moléculas orgânicas complexas, mas a equipe do estudo prevê que a radiação pode ter fornecido inicialmente a fonte de energia necessária para a formação do cátion metil. Em resumo, a análise observa que as moléculas que eles veem em d203-506 são bem diferentes dos discos protoplanetários típicos.

“Isso mostra claramente que a radiação ultravioleta pode mudar completamente a química de um disco protoplanetário. Na verdade, pode desempenhar um papel crítico nos primeiros estágios químicos das origens da vida”, elaborou Olivier Berné, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica em Toulouse, autor do estudo.

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