O Golpe de Estado que deu início à ditadura liderada por Augusto Pinochet no Chile, um dos períodos mais sangrentos da história do país, completa exatos 50 anos nesta segunda-feira (11).
Em 11 de setembro de 1973, morria Salvador Allende, um dos únicos marxistas a serem eleitos para o Poder Executivo de uma nação e um dos poucos políticos que tentaram implementar o socialismo de maneira pacífica.
Allende estava no Palácio de La Moneda - sede do governo chileno - quando a estrutura começou a ser bombardeada por integrantes golpistas das próprias forças armadas do país, que contaram com um apoio militar e financeiro vindo dos Estados Unidos.
Há duas hipóteses sobre sua morte. A primeira e mais aceita é de que, diante da situação, ele teria se suicidado com uma arma que havia sido um presente de Fidel Castro. A segunda é de que as tropas invasoras teriam assassinado o político.
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Antes de morrer, ele disse: "Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição".
Antes do ataque, Pinochet era considerado um general leal a Allende e apolítico. No entanto, ele encabeçou a junta militar que assumiu o poder após o golpe e, no ano seguinte, se tornou o "Chefe Supremo" da nação.
A ditadura chilena durou até 1990. Nos 17 anos de Pinochet no poder, mais de 3 mil pessoas foram assassinadas. Estima-se também que mais de 80 mil pessoas foram presas, e 30 mil delas foram torturadas. Nessa época, o país se tornou uma espécie de "laboratório" para o neoliberalismo, ou seja, foi o primeiro lugar em que esse modelo foi aplicado.
Pinochet morreu em 10 de dezembro de 2006, aos 91 anos de idade.
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