Advogada afirma que descriminalização da maconha pode diminuir operações letais da polícia em favelas

O Roda Viva entrevista a advogada e empresária Patrícia Villela Marino nesta segunda-feira (18).

O jornalista Pedro Borges cita operações policiais com alto número de mortes e pergunta se a descriminalização das drogas diminuiria os confrontos em comunidades. Marino acredita que sim, mas só seria possível uma comprovação venda a situação na prática.

Mas durante sua resposta, ela ressalta que as policiais terão que passar por um processo de reeducação caso a maconha fosse regularizada.

“Para que isso aconteça [diminuição das operações e mortes], vamos ter que passar por um processo de letramento dentro da profissionalização dos oficiais de polícia. A gente tem um monopólio do uso da força, que é do Estado. Contudo, nos últimos anos, temos visto uma disputa desse monopólio. O Estado contra o crime organizado. Nós só vamos ver como isso vai acontecer quando a gente ter um novo cenário. Hoje, tudo é especulativo”, afirma.

Mais importante do que só regularizar as drogas, a advogada ressalta a importância da mudança de cultura em toda sociedade.

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“As policias são de direcionamento dos governadores. Toda orientação é de âmbito estadual, não federal. O que estamos vendo em nível nacional é uma recondução, um resgate da institucionalidade e um preparo melhor da força. Isso tem que acontecer nos estados também. E eu não tenho tanta esperança assim”, finaliza.

Assista ao programa na íntegra:

A bancada de entrevistadores é formada por Fernanda Mena, repórter especial da Folha de S. Paulo, Denis Russo Burgierman, editor-chefe do Greg News, a jornalista e socióloga Lia Rizzo, Natacha Cortêz, editora-chefe da Marie Claire, e Pedro Borges, editor-chefe da Alma Preta.

Luciano Veronezi ocupa, de forma permanente, a cadeira eternizada por Paulo Caruso, que esteve no programa por mais de 30 anos e faleceu em março deste ano.

Com apresentação de Vera Magalhães, a edição vai ao ar às 22h, na TV Cultura, app Cultura Play, no site da emissora, YouTube, Tik Tok, Twitter e Facebook.